Mais um jogo, mais uma mão cheia de dúvidas em torno de um leão que, semana após semana, vai deixando sinais de que esta será, de facto, uma temporada complicada. Desta feita, o Sporting foi à Holanda e regressou a Portugal com uma derrota diante do PSV, por 2-3, na bagagem.

Os primeiros minutos até pareceram indicar que Leonel Pontes tinha, por fim, imposto alguma disciplina tática à equipa, quer pela forma como defendia, quer pelo rigor com que tentava construir a partir da defesa.

No entanto, todo este 'castelo' ruiu ao fim de apenas 20 minutos, quando, no seguimento de uma jogada de contra-ataque, Donyell Malen, com um belo remate, bateu Renan Ribeiro. A partir daí, nada foi igual.

Apenas cinco minutos depois, Sebastian Coates, na tentativa de cortar um passe perigoso, acabou por colocar a bola na própria baliza. Antes do intervalo, Bruno Fernandes (quem mais?) marcou na cobrança de uma grande penalidade, mas os leões mostraram-se incapazes de 'cavalgar' a onda da recuperação.

Logo num dos primeiros lances da segunda parte, após um pontapé de canto (as malditas bolas paradas...), Baumgartl apareceu completamente sozinho no coração da grande área, a empurrar para o golo. À beira do final, o 'miúdo' Pedro Mendes marcou um belo golo, mas de nada serviu.

O Sporting termina, desta maneira, a primeira jornada no último lugar do Grupo D da Liga Europa, sem qualquer ponto, tal como o Rosenborg. Já a liderança, é partilhada por PSV e LASK Linz, adversário do clube de Alvalade na próxima jornada.

A figura

É caso para dizer... Outra vez arroz? Bruno Fernandes fez tudo o que estava ao seu alcance para remar contra a maré. Consciente de que estava, tantas vezes, sozinho, acabou por se precipitar e tentar a solução que lhe é mais prática: o pontapé de longe, mas sem grande sucesso. Marcou de penálti e ainda atirou, de cabeça, ao poste. Dos poucos que mereceu mais nesta equipa do Sporting.

A surpresa

No que é que os responsáveis do Sporting estavam a pensar quando decidiram não inscrever Pedro Mendes no campeonato? O jogador de apenas 20 anos pode não ser um 'poço' de técnica, mas fica complicado perceber por que não mereceu outra atenção quando Luiz Phellype era o único ponta-de-lança puro do plantel. Fez questão de dar uma 'chapada de luva verde' nas críticas quando, aos 82 minutos, apenas 75 segundos depois de entrar, desferiu um remate forte que ainda deu alguma esperança aos leões.

A desilusão

Sebastian Coates está a assinar um início de época para esquecer. Depois do desastre que foi a exibição diante do Rio Ave, no qual cometeu três grandes penalidades e foi expulso, o internacional uruguaio volta a estar diretamente ligado a uma derrota do Sporting, ao marca um auto-golo. A isto há, ainda, que juntar inúmeras falhas defensivas, que, com tamanha experiência, não se justificam.

Os treinadores

Mark Van Bommel: Este PSV não está isento de debilidades defensivas, mas, ofensivamente, é um portento. O tridente formado por Steven Bergwijn, Bruma e Donyell Malen 'infernizou' a vida à defesa verde e branca e poderia, inclusive, ter feito ainda mais estragos.

Leonel Pontes: Abandonou o 4x3x3 de Marcel Keizer e apostou num 4x4x2, com Yannick Bolasie e Luciano Vietto na frente. Um sistema que funcionou... em parte. Já se nota o 'dedo' do novo treinador, mas é ainda muito cedo para exigir algo mais de quem pegou numa 'casa a arder'.

O árbitro

Ivan Kruzliak teve uma tarde tranquila no Philips Stadium. A decisão mais complicada de tomar surgiu, de resto, aos 39 minutos, quando assinalou (e bem) uma grande penalidade a favor do Sporting por falta de Jorrit Hendrix sobre Yannick Bolasie.