Após dois empates consecutivos, a seleção portuguesa 'endireitou o passo' na caminhada para o Campeonato da Europa de 2020, e, esta terça-feira, conquistou a segunda vitória de seguida, ao bater a Lituânia por categóricos 5-1.
O primeiro golo da noite surgiu logo aos sete minutos de jogo, quando Cristiano Ronaldo cobrou com sucesso uma grande penalidade, dando, desta maneira, o 'tiro de partida' para uma noite que se revelaria de sonho.
Sonho esse que, no entanto, não ficou isento de percalços. Os homens da casa repuseram o empate ainda antes do apito para o intervalo, por intermédio de Vytas Andriuskevicius, num lance no qual ficou, mais uma vez, à vista as dificuldades lusas na defesa às bolas paradas.
A igualdade manteve-se até ao intervalo, mas, depois dele, CR7, o 'suspeito do costume', abriu o livro: fez o gosto ao pé por quatro vezes - um deles a meias com o guarda-redes, Ernestas Setkus - antes de ser substituído por Gonçalo Guedes.
O último golo da noite surgiu já em tempo de compensação, por William Carvalho. Feitas as contas, Portugal passa a somar oito pontos, menos cinco do que a líder do Grupo B, a Ucrânia, mas também menos um jogo, pelo que o 'assalto' ao primeiro lugar poderá ocorrer já em outubro.
Figura do jogo
Mais uma noite, mais um passo dado por Cristiano Ronaldo rumo à consolidação do estatuto de 'lenda viva'. A seleção portuguesa tremeu, mas voltou a poder confiar no capitão, que, com um 'póquer', acabou com as aspirações lituanas. Ao todo, já lá vão 93 golos com a camisola da equipa das quinas. O recorde mundial de golos pela seleção, pertencente a Ali Daei, já só está a 16 golos de distância...
Surpresa
Ernestas Setkus ficou diretamente ligado à derrota lituana, com o insólito golo que repôs a vantagem portuguesa já na segunda parte. No entanto, não nos podemos esquecer da fantástica exibição do guarda-redes, especialmente, durante a primeira parte. Remate após remate, foi adiando ao máximo o inevitável, conseguindo, inclusive, gerar alguma ansiedade no ataque da equipa das quinas.
Desilusão
Raphael Guerreiro voltou a revelar-se numa opção curta para o lado esquerdo da defesa. Quer a defender, quer a atacar, o luso-francês pouco acrescentou. Uma exibição fraca, em especial quando comparada com aquela que João Cancelo assinou na ala contrária.
Treinadores
Fernando Santos: O selecionador nacional já tinha avisado que, com tão pouco tempo de intervalo desde o jogo com a Sérvia, não seria possível realizar grandes correções. No entanto, Portugal voltou a ficar muito aquém do exigido. A marcação nas bolas paradas defensivas continua a ser um problema. Além disso, a abordagem conservadora diante de um adversário deste calibre não convence, ainda para mais quando mão de obra de qualidade não falta.
Valdas Urbonas: A missão era "surpreender Portugal" e por pouco que não o fez. Defensivamente, a Lituânia mostrou muito pouco, mas as transições rápidas colocaram por várias vezes a nu as debilidades defensivas da seleção campeã europeia em título.
Árbitro
Noite de pouco trabalho para o holandês Bas Nijhuis. A decisão mais complicada da noite surgiu logo aos seis minutos, mas teve a coragem de, logo ao abrir do jogo, assinalar (e bem) a grande penalidade que acabaria por ser concretizada por Cristiano Ronaldo.