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Como um livro conta o amor de pai de um muçulmano para com um filho judeu

Lançado pela Marcador a 20 de setembro, ‘O Senhor Ibrahim e as flores do Alcorão’ conta a história de uma amizade e amor fraternal improvável entre um muçulmano e um judeu.

Como um livro conta o amor de pai de um muçulmano para com um filho judeu
Notícias ao Minuto

08:20 - 15/10/17 por Patrícia Martins Carvalho

Cultura Romance

Moisés não teve uma infância fácil e muito menos feliz. A mãe abandonou-o quando nasceu, deixando-o com o pai, um homem taciturno, e levando consigo Popol, o irmão mais velho.

O pai de Moisés era advogado, um judeu que vivia na Rua Bleue, um bairro de judeus em Paris. Estava sempre fechado em si próprio, renegando o filho para segundo plano. “Tinha de lavar, estudar, cozinhar, trazer as compras (…), viver sozinho num enorme e obscuro andar, vazio e sem amor, e ser muito mais escravo do que filho de um advogado sem causas e sem mulher”.

É desta forma que nos é apresentada a narrativa de ‘O Senhor Ibrahim e as Flores do Alcorão’, curto romance de Eric-Emmanuel Schmitt, o mesmo autor de ‘Óscar’ e ‘Senhora Cor-de-Rosa’.

Com apenas 13 anos, Moisés é obrigado a reviver o pesadelo e o desgosto do abandono. O pai sai de casa e deixa-o sozinho, acabando depois por se suicidar.

Mas se poderia ser aqui o fim da linha para o jovem adolescente que havia acabado de se fazer homem graças às prostitutas da Rua Paraíso, é aqui que começa a grande aventura que vai mudar toda a sua vida.

Notícias ao MinutoO Senhor Ibrahim e as flores do Alcorão© Marcador

E tudo graças a Ibrahim, o árabe que não é árabe e que tem uma mercearia na rua dos judeus. O homem, com idade suficiente para saber os segredos da vida, torna-se, primeiro, no melhor amigo de Moisés, perdoando-lhe as latas de conserva que o jovem lhe rouba e dando-lhe conselhos para a vida. E depois, torna-se no seu pai.

Quando o pai de Momo – é assim que Ibrahim o trata – morre, o velho merceeiro que é muçulmano, mas não árabe, adota-o e é então que começa a grande aventura de pai e filho. Duas palavras que costumam ter um significado taciturno, mas que agora enchem o peito de pai e filho de alegria.

A aventura termina no Crescente Dourado, local de onde Ibrahim é originário. Mas só a dele é que termina, pois o velho merceeiro morre. É aqui que começa a grande aventura de Moisés que é, nem tão simples como possa parecer, viver.

O texto é narrado pelos olhos de Momo, mas um Momo mais velho, casado, pai e dono de uma mercearia na Rua Bleue “que não é azul”.

Feitas as pazes com a mãe que o abandonou e com o irmão que afinal não passava de imaginação do pai, Momo torna-se no árabe da rua dos judeus, seguindo as pisadas do pai Ibrahim que o ensinou coisas tão simples como esboçar um sorriso. Mas também coisas mais complexas como viver e perdoar.

‘O Senhor Ibrahim e as flores do Alcorão’ apresenta uma escrita simples, fácil e até divertida. A crítica descreve-o como um “livro precioso, emocionante e repleto de humor”, sendo uma “visão nobre e conciliadora da humanidade”.

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