A liderança da instituição vai passar para a administradora Isabel Mota a partir de quarta-feira, dia em que se realiza uma cerimónia de tomada de posse, às 15:00, na sede da Gulbenkian, em Lisboa.
A Fundação Gulbenkian é uma instituição sem fins lucrativos criada com bens do mecenas arménio Calouste Gulbenkian (1869-1955), legados a Portugal sob a forma de fundação, cujas principais atividades são exercidas em quatro áreas estatutárias: arte, beneficência, educação e ciência.
Possui ainda uma orquestra própria, um coro, bibliotecas, salas de espetáculos e duas coleções de arte, uma de arte antiga e outra de arte contemporânea, expostas ao público.
O anúncio da renovação da presidência da Gulbenkian deu-se em dezembro ao ano passado, antes do fim do mandato do atual presidente, Artur Santos Silva, que completou 75 anos.
Durante a liderança de Artur Santos Silva, os museus da Gulbenkian foram alvo de uma profunda reestruturação, em 2016, com a entrada da historiadora britânica Penelope Curtis para dirigir um só museu, separado em duas coleções.
O Centro de Arte Moderna (CAM), cuja última diretora foi a curadora Isabel Carlos, passou a chamar-se Museu Gulbenkian - Coleção Moderna, enquanto a coleção de arte antiga, deixada pelo mecenas arménio, passou a chamar-se Museu Gulbenkian - Coleção do Fundador.
Penelope Curtis, responsável pela Tate Britain entre 2010 e 2015, tem introduzido uma filosofia de cruzamento das duas coleções de um só museu Gulbenkian nas várias exposições inauguradas desde o ano passado.
Durante os mandatos de Rui Vilar, o Serviço de Belas-Artes, com 50 anos de atividade no apoio às artes plásticas, visuais e performativas, foi extinto no final de 2010, também no âmbito de uma reestruturação interna, mas os apoios às artes mantiveram-se num novo programa, na mesma área.
Na altura, a Gulbenkian assegurou que o fim do serviço não significava uma redução do investimento da entidade naquelas áreas, mas sim de uma distribuição das valências.
No âmbito de uma reorganização interna da atividade da fundação no domínio do apoio às artes, foi criado, no seu lugar, o Programa Gulbenkian de Artes Performativas.
Na altura, os projetos subsidiados na área da arqueologia ficaram a cargo do Serviço de Educação e Bolsas, e os prémios Gulbenkian Arte e Vasco Vilalva, na área da recuperação e valorização do património, passaram para a tutela do gabinete do então presidente da Fundação Gulbenkian, Rui Vilar.
Ainda na área das artes, a Gulbenkian chegou a ter a companhia de bailado mais importante do país no século XX, que foi extinta em 2006, ao fim de 44 anos, também com Rui Vilar na presidência.