O mais recente livro de Ana Luísa Amaral expressa, através do título em inglês, a "ambivalência da relação, de que sempre a poesia viveu, entre a coisa (nossa, do mundo) e a sua nomeação, apontando para a multiplicidade de sentidos que há neste livro", segundo a editora.
Nesta obra cruzam-se, de forma cúmplice, o quotidiano e o cósmico, o poético e o político, a comoção e a ironia, o espanto e a indignação, em suma, a palavra e a vida, acrescenta.
O livro será primeiramente lançado no Porto, no dia 06 de maio, na Biblioteca Almeida Garrett, às 17:00, e depois em Lisboa, no dia 08, na Casa Fernando Pessoa, pelas 18:30.
Em Lisboa, a apresentação será feita pela escritora portuguesa Lídia Jorge, numa sessão que conta com uma interpretação ao piano de Álvaro Teixeira Lopes e leitura de poemas por Pedro Lamares e pela própria autora.
O outro livro a ser editado pela Assírio & Alvim, também no próximo dia 27, intitula-se "A Voz da Mãe dava Sentido às Estrelas", e consiste em textos breves sobre a infância.
Esta é o segundo livro de Rabindranath Tagore, Prémio Nobel da Literatura em 1913, editado pela Assírio & Alvim, que no ano passado publicou "A Asa e a Luz".
"A Voz da Mãe dava Sentido às Estrelas" é traduzido por Joaquim M. Palma, e inclui material diverso de Tagore: "porventura aquilo que de mais belo ele escreveu a respeito da infância", diz a editora.
Nesta obra estão compilados o seu livro "A Lua Crescente" ("The Crescent Moon"), em versão completa, que o autor dedicou ao filho na sequência da morte de sua mãe, e textos extraídos dos livros "My Reminiscences" e "My Childhood Days", sempre na sua forma integral.
"A natureza destes escritos resulta da apurada sensibilidade poética do autor, estimulada pela presença da beleza que envolve o surgimento de qualquer criança no mundo e pelo encantamento que é observar o seu crescimento, onde não falta também o mistério da morte", destaca a editora.
Compositor, pintor e escritor de expressão bengali e inglesa, nascido em 1861 e falecido em 1941, o indiano Rabindranath Tagore foi o primeiro não europeu a ser galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.
Como escritor, introduziu novas formas de prosa e de verso na literatura bengali, simultaneamente foi um mestre espiritual e um reformador social que procurou promover um ideal de cultura e tolerância baseado na tradição hindu.
Defendendo que a educação era a base de toda a sociedade, em 1901 fundou uma escola experimental em Shantiniketan que se transformaria mais tarde numa universidade que conjugava a tradição hindu com a ocidental.
Durante toda a vida lutou por um projeto de cooperação internacional.
O conjunto da sua obra é diverso, abrangendo composições líricas, romances, contos, ensaios, obras dramáticas e autobiografias, embora Tagore tenha sido sobretudo um poeta, cujas composições de expressão mística e patriótica, se destacam pelas "imagens simbólicas e um tom poético refinado e lírico".
Além do Nobel, foi-lhe atribuído o título de cavaleiro do Império Britânico (1915), a que renunciou como forma de protesto contra a repressão britânica na Índia.
A escritora Ana Luísa Amaral é autora de mais de duas dezenas de livros de poesia e livros infantis e traduziu diversos autores para língua portuguesa, como os norte-americanos John Updike ou Emily Dickinson, poetisa na qual é especialista, tendo feito sobre ela uma tese de doutoramento.
A sua obra encontra-se traduzida e publicada em vários países, tendo obtido diversos prémios, entre os quais os prémios literários Correntes d'Escritas e de Poesia Giuseppe Acerbi e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores.