"É uma nova forma de pensar na indústria. Hoje já não é possível ficar à espera da venda de álbuns, sobretudo quando a música se destina a um público jovem. Para um músico que esteja a começar, é difícil pagar a edição de um álbum", disse à agência Lusa Jimmy P, que atua no sábado no Summer Fest, na Ericeira (Mafra).
O cantor português reconhece que a internet teve um "papel fundamental", no início da sua carreira, para promover a sua música.
Já editou três álbuns, mas começou por lançar músicas nas plataformas online e redes sociais, que lhe permitiram "crescer disponibilizando música na Internet".
Para o cantor, "se tivesse à espera de editar um álbum, não estava" no Summer Fest ou noutros festivais, nem dava concertos.
Jimmy P, que em abril lançou o seu terceiro álbum e acabou de assinar contrato com uma editora, não deixa contudo de trabalhar para a internet de forma gratuita.
"Disponibilizei todo o álbum em todas as redes sociais e todas as plataformas online e tenho músicas, que não são o single, e que estão a ser muito ouvidas, com mais de um milhão de visualizações", explicou.
Para o artista, "é preciso haver equilíbrio" entre a música que é vendida e a que é oferecida, ao defender que "são muito poucos os artistas que conseguem viver da venda de um disco."
O tema "Valer a Pena" já conta com mais de 300 mil visualizações no Youtube e comprova o percurso ascendente do artista.
A sua música resulta de várias influências com que se foi cruzando ao longo da sua vida: o gosto e o hábito de ouvir Rap, adquiridos no tempo que viveu em Paris e a influência de outros estilos musicais de várias partes do mundo, herdados do pai (semba, morna, coladera, salsa, reggae, jazz).
Da influência de estilos, têm resultados músicas que são a fusão do hip-hop, reggae, R&B e rock.