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Prince: A estrela que não o queria ser

Tinha 57 anos. Foi encontrado morto de forma (quase) inesperada no estúdio que tinha anexado à casa onde vivia em Chanhassen, no estado do Minnesota. O mundo da cultura e em especial da música estava (novamente) de luto.

Notícias ao Minuto

08:35 - 22/04/16 por João Oliveira

Cultura Perfil

Os pais diziam-lhe que ele não viria a ser nada. A mãe chantageava-o emocionalmente enquanto o pai o fazia pela via física. A resposta dele foi sempre a mesma: trancar-se no quarto a ensaiar. Desde (muito) cedo que Prince cimentou o perfil perfecionista, dedicado, inovador e trabalhador que se ia revelar em cada trabalho que lançava.

Pessoas que trabalhavam com o músico contam, por exemplo, que se alguém chegasse a um ensaio um minuto depois da hora combinada, o ensaio era cancelado. No fim de cada concerto, o que se seguia não era descanso mas sim reuniões exigidas pelo próprio para debater com a equipa aquilo que podia ser melhorado no próximo espetáculo, fosse ele quando fosse.

Produtor, compositor, cantor e instrumentista. Prince Rogers Nelson foi isto e muito mais. Aos 57 anos, deixa ao mundo um legado que abrilhanta as décadas de 70, 80 e 90. Quanto mais crescia enquanto artista, maior era o distanciamento que sempre quis ter dos holofotes. Prova disso é a impossibilidade de encontrar qualquer registo seu em plataformas como o YouTube ou o Spotify ou gravações de espetáculos feitas pelo público, algo que ele sempre proibiu.

Para trás no tempo mas não na memória, ficam ‘Purple Rain’, ‘1999’, ‘Dirty Mind’, ‘Sign O’ Times’,‘Controversy’, ‘Lovesexy’ e ‘Diamonds and Pearls’, todos álbuns que constituem o seu portefólio, brilhante pela diversidade, popularidade e inovação que trouxeram ao mundo do Pop e especialmente do Funk.

Digno também de registo é a biopic (filme biográfico cujo trailer pode ver acima) que protagoniza, homónima do seu tema mais próspero, ‘Purple Rain’. Nesse filme de 1984, conta-se toda a história de um rapaz que só dava a conhecer aquilo que queria, que dava a todas as suas músicas mais pistas sobre o seu background que em nada serve de exemplo.

Colecionou inúmeras distinções, que recebiam mais importância dos fãs que do próprio Prince: um Óscar, dois Globos de Ouro, sete Grammys, uma atuação no Super Bowl de 2007, a referência na Hall of Fame em 2004 e a classificação de ‘Purple Rain’ como a melhor música de toda a década de 80 pela Pitchfork. Em Portugal, o seu quarto e último espetáculo foi em 2013, numa aparição surpresa que teve lugar no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Aos 57 anos, Prince foi encontrado morto no estúdio que tinha anexado à sua habitação na casa onde vivia em Chanhassen, no estado do Minnesota, nos Estados Unidos. A sua morte surge, inesperadamente, uma semana depois de ter sido levado com urgência para o hospital depois de o seu avião privado ter feito uma aterragem de emergência.

Numa entrevista, um jornalista perguntou a Eric Clapton “qual era o sentimento de ser o melhor guitarrista de sempre?”, ao que Clapton respondeu: “Não sei, pergunte ao Prince”.

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