Arte urbana da autoria de Ferreira da Silva inaugurado nas Caldas

Dez peças de arte urbana, da autoria de Ferreira da Silva, integram uma rota inaugurada hoje nas Caldas da Rainha, cidade onde o artista nascido no Porto desenvolveu a maior parte da sua obra.

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Lusa
05/04/2016 22:50 ‧ 05/04/2016 por Lusa

Cultura

Escultura

O roteiro da obra pública de Luis Ferreira da Silva (1928-1916) e um documentário sobre o artista e sua obra foram hoje lançados no âmbito do Programa "Caldas Cidade Cerâmica", um projeto com 34 iniciativas que pretendem ser a génese de uma candidatura a "cidade criativa" da Unesco a apresentar em 2020.

A rota inclui "dez trabalhos desenvolvidos em cerca de duas décadas, entre 1989 e 2010", explicou João Bonifácio Serra, responsável pelo projeto que se desenvolve ao longo de todo ano e que marca também o regresso da Festa da Cerâmica ao Parque D. Carlos I.

O Jardim da Água, junto ao Hospital Distrital das Caldas da Rainha, construída ao longo de duas décadas, é a peça de maior dimensão da rota que inclui ainda grandes instalações urbanas como um obelisco a D. Leonor (fundadora da cidade) e um mural dedicado a Orpheu e Eurídice, instalado num viaduto sob a linha do caminho-de-ferro.

Da rota fazem ainda parte obras instaladas nos edifícios da câmara e da Associação de Municípios do Oeste (OesteCim), no Centro de Formação para a indústria Cerâmica (Cencal), na Escola Raúl Proença e em estabelecimentos comerciais onde nos anos 60 Ferreira da Silva deixou o seu cunho.

"Poucas serão as cidades no mundo que ostentem uma tão profusa obra plástica em espaço de acesso público", sublinhou João Bonifácio, considerando que a cidade "não seria a mesma" sem a marca do artista falecido já este ano.

Para além da inauguração da rota e do lançamento do DVD a câmara das Caldas da Rainha pretende, ainda este ano, editar um segundo volume de uma obra dedicada a Ferreira da Silva, anunciou o presidente da câmara, Fernando Tinta Ferreira.

A par, "a câmara está disponível para ficar com a guarda do vasto espólio na posse da família" e, em conjunto com as peças já adquiridas pela autarquia junto das empresas e instituições onde o artista efetuou trabalhos, "reunir acervo para a criação de uma casa museu", acrescentou o presidente.

A casa museu "não foi ainda contemplada em nenhuma candidatura a fundos comunitários, mas estamos a avaliar a forma de efetuar esse investimento, que estimamos poder ser concretizado até 2018", disse Tinta Ferreira à agência Lusa.

Ferreira da Silva morreu a 08 de março deste ano e é apontado como uma das maiores referências da cerâmica portuguesa dos séculos XX e XXI, tendo um percurso multidisciplinar nas áreas da cerâmica, pintura, escultura, desenho, gravura e vitral.

Teve obras expostas em vários países, entre eles na 5.ª Avenida, em Nova Iorque (Estados Unidos da América) e ganhou em 1967 uma bolsa da Gulbenkian que lhe permitiu desenvolver a sua arte em Paris (França).

Ganhou o prémio nacional de escultura com a obra "o Grito" na sequência de várias exposições na Sociedade Nacional de Belas Artes e na Gulbenkian.

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