"No ano de 2015 registámos cerca de 150 mil entradas na lagoa das Furnas, desde que a câmara assumiu a gestão daquele espaço, número bastante significativo no âmbito da receita obtida", afirmou Pedro Melo, citado numa nota de imprensa da autarquia, acrescentando que os dados correspondem ao período entre 01 de março a 31 de dezembro.
A Câmara da Povoação anunciou em fevereiro de 2014 a entrada em vigor no mês seguinte de tarifas para a confeção do cozido das Furnas e utilização do espaço envolvente à lagoa, um dos principais pontos turísticos da ilha de São Miguel, com isenção para os residentes nas Furnas.
"A entrada custará 50 cêntimos, por pessoa, com isenção a crianças até 12 anos, aos residentes na freguesia das Furnas e a todos quantos possuam o Cartão Amigo do Parque da Direção Regional do Ambiente. Estão ainda isentos o portador do cozido, os guias turísticos, os empresários da restauração e dos táxis e os condutores de autocarros", adiantou na ocasião o município, acrescentando que os cozidos custam três euros por panela para os particulares e 2,5 euros para os empresários.
Pedro Melo referiu hoje que, "apesar da polémica inicial", rapidamente a autarquia verificou que a introdução de taxas "seria uma medida inevitável, não só para obtenção de receitas", que reverterão a favor do melhoramento das condições da lagoa das Furnas.
A autarquia acrescentou na nota de imprensa que os meses de junho, julho, agosto e setembro foram os que registaram o maior número de visitas, sendo que em agosto foi atingido o 'pico', com mais de 25 mil entradas.
Pedro Melo explicou que para operacionalizar a zona dos cozidos nas Furnas foi necessário realizar um investimento inicial de 67 mil euros, que incluiu a compra de maquinaria, material de transporte, equipamento diverso, recuperação e remodelação de algumas infraestruturas.
Atualmente, estão ao serviço na lagoa das Furnas 21 colaboradores, a maioria dos quais ao abrigo de programas sociais.
O cozido das Furnas, um dos pratos gastronómicos mais conhecidos da ilha de São Miguel, tem a particularidade de ser cozinhado em covas no solo e com o calor natural que é libertado pela atividade vulcânica existente no interior da terra, sendo uma atração turística.
A aplicação de tarifas na lagoa das Furnas tem sido contestada por habitantes e empresários locais.