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APEL surpreendida com queixas de editoras sobre Feira do Livro de Lisboa

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros manifestou surpresa com a reação de editoras independentes que a acusam lhes recusar pedidos de mais pavilhões, na Feira do Livro de Lisboa, ao contrário do que acontece com grandes grupos.

APEL surpreendida com queixas de editoras sobre Feira do Livro de Lisboa

© Reprodução Lift Consulting

Lusa
07/06/2025 06:51 ‧ há 4 meses por Lusa

Confrontada com queixas de editoras independentes e de pequena dimensão, que este ano se viram novamente impedidas de aumentar o número de pavilhões, ao mesmo tempo que grupos editoriais já dominantes e espaços de restauração expandem território, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que organiza a Feira do Livro de Lisboa, manifestou-se surpreendida "com algumas reações, uma vez que sempre pautou a sua atuação pela total transparência e abertura ao diálogo."

 

Várias editoras acusaram a APEL, em relatos à agência Lusa, de lhes recusar há anos os pedidos de mais pavilhões, no Parque Eduardo VIII, enquanto grupos editoriais de grande dimensão e a restauração continuam a aumentar os seus espaços.

"Todos os participantes que o solicitaram foram informados das razões que justificaram a atribuição parcial de pavilhões face ao pedido original", disse a APEL numa resposta por escrito enviada esta noite à agência Lusa, um dia depois de confrontada com as queixas de bloqueio ao crescimento, na maior montra livreira do país, feitas por editoras independentes.

"Dado o elevado número de pedidos de participação, já em 2024 foi necessário proceder a uma criteriosa seleção", alega a APEL. "Em 2025, a procura voltou a superar largamente a oferta de pavilhões, obrigando novamente a uma avaliação rigorosa e equilibrada [...]. Ciente de que 53 pedidos não poderiam ser atendidos, a Direção da APEL assegurou um processo de alocação transparente, justo e sustentado em princípios objetivos."

A APEL diz que "tem vindo a aprimorar o modelo de distribuição dos pavilhões, ancorando as suas decisões em dados estatísticos do setor livreiro, na diversidade e dimensão dos catálogos apresentados e nas referências ativas no mercado", considerando "ainda a natureza dos produtos a expor, valorizando especialmente a promoção da literatura em língua portuguesa publicada em Portugal, bem como o incentivo à leitura."

Orfeu Negro, Tinta-da-China, Relógio d'Água, Saída de Emergência, Ala dos Livros, Devir são apenas algumas das editoras que se queixam de recusas recorrentes da APEL, nos últimos anos.

A limitação do espaço físico, segundo os editores, tem consequências nas vendas: diminui o número de livros do dia que é possível destacar, como sublinha a Alma dos Livros, assim como a exposição de géneros cada vez mais procurados, como a ilustração e a Banda Desenhada, que o próprio Plano Nacional de Leitura reconhece importante na promoção da leitura, afetando editores como a Levoir e a Devir.

A Orfeu Negro, que mantém dois pavilhões, viu pelo "terceiro ano consecutivo" a recusa de um aumento para três pavilhões, contou à Lusa Leonor Rodrigues, que coordena a participação na feira.

A Tinta-da-China, outra das editoras que se afirmam lesadas, relata que anda há cinco anos a pedir mais um pavilhão sem sucesso. "É sistematicamente recusado. [...] Os grandes grupos ocuparam o espaço da Feira do Livro de Lisboa a seu 'bel-prazer' e não deixam crescer as editoras independentes médias e pequenas, que também não estão representadas na direção da APEL."

No ano passado a Feira do Livro de Lisboa atingiu o limite da capacidade, com 350 pavilhões, número que se mantém este ano, mas com menos editoras representadas. Segundo os dados da APEL, no ano passado houve 140 participantes, este ano o número caiu para 133, aumentando o número de chancelas em alguns grupos editoriais.

Durante a apresentação da Feira do Livro de Lisboa deste ano, a 95.ª edição, a APEL revelou que a área de restauração também foi ampliada.

Segundo o mapa da feira, o grupo editorial Leya tem 39 pavilhões, o Grupo Porto Editora e Bertrand Circulo dispõem de 30 pavilhões e a Editorial Presença conta com 20.

Na resposta enviada à Lusa, a APEL diz-se confiante de que "a correção gradual de eventuais distorções faça com que a atribuição de espaços seja cada vez mais justa, equilibrada e fundamentada."

"A Feira do Livro de Lisboa é hoje o maior evento cultural do país, e a APEL reafirma o seu compromisso de garantir a sua continuidade com profissionalismo, equidade e respeito por todos os envolvidos no setor do Livro", conclui a associação.

Leia Também: Várias editoras acusam APEL de impedir crescimento na Feira do Livro

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