A abertura da temporada ocupará a tarde e a noite do dia 16, com "À grande e à francesa", que consiste numa "invasão pacífica" de pequenos espetáculos de teatro, com a participação de criadores internacionais e locais.

"É uma forma de programar que nós nunca fizemos no Teatro Viriato de forma tão consequente e desenvolvida, porque vamos utilizar os vários espaços do teatro", explicou Paulo Ribeiro, durante a conferência de imprensa de apresentação da programação.

O dia termina "com uma festa enorme com os dj Irmãos Makossa", que se inspiram nos ritmos quentes e nas sonoridades africanas, acrescentou.

Paulo Ribeiro salientou que "este fazer o que nunca se fez no Teatro Viriato" vai prolongar-se por toda a temporada.

No dia 26 de fevereiro, a companhia Plot Teatro e o encenador John Mowat estreiam "Nevoeiro adentro", uma peça que promete levar o público pelos "mitos, lendas e incertezas da História de Portugal".

O diretor do Teatro Viriato destacou também a estreia da peça "Abílio, guardador de abelhas", interpretada por Graeme Pulleyn e Ricardo Augusto (29 de fevereiro e 01 a 04 de março), e "Pedro, pedra e grão", de Miguel Fragata (09 a 18 de março).

Em "Pedro, pedra e grão", uma parceria com o Museu Grão Vasco a propósito da celebração do seu centenário, Miguel Fragata vai partir da pintura "O painel de S. Pedro" para "criar algo dedicado e focado só nesse espaço e na obra do museu", explicou.

Além do teatro, a programação contará com novidades ao nível da dança e da música, com a coreografia "Suspensão", de Clara Andermatt, e o concerto da banda The Gloaming.

Paulo Ribeiro lembrou que Clara Andermatt foi a artista residente no Teatro Viriato durante 2015, tendo no final da residência apresentado "um excerto do que poderá vir a ser esta obra, que promete bastante" e que estará em palco no dia 12 de março.

Antes, a 05 de março, haverá "algo inédito em Portugal e que vai acontecer só no Teatro Viriato e na Culturgest (em Lisboa), que é o concerto dos The Gloaming", acrescentou.

O diretor do Teatro Viriato admitiu que "trabalhar com estreias é muito mais excitante do que fazer só acolhimento" dos trabalhos que já foram vistos noutras cidades.

"A estreia é sempre um risco. Hoje em dia este risco é muito controlado porque já acompanhamos o trabalho destes artistas há muito tempo", frisou.

Paulo Ribeiro explicou que, depois de o Teatro Viriato ter cativado o público acolhendo obras que já eram conhecidas, agora "a sedução para o público tem de ser outra: abrir portas para que os artistas possam criar".

"Com os cortes sistemáticos, drásticos, terríveis, é muito difícil os criadores terem meios para criar. Os teatros não podem ser teatros de apresentação se não ajudarem à produção", acrescentou.