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Embaixadores da música mirandesa comemoram 20 anos com novas sonoridades

O grupo Galandum Galundaina, que tem levado a música tradicional mirandesa aos quatro cantos do mundo, comemora 20 anos com um novo disco, apresentado hoje em Bragança, feito de melodias tradicionais com novas sonoridades.

Embaixadores da música mirandesa comemoram 20 anos com novas sonoridades
Notícias ao Minuto

20:23 - 19/12/15 por Lusa

Cultura Grupo

'Quatrada' é o título do novo trabalho, assim escolhido porque são quatro os elementos do grupo, é o quarto disco e é um dos passos da dança dos típicos Pauliteiros de Miranda do Douro, onde desde há 20 anos os Galandum Galundaina recolhem e trabalham a música tradicional desta zona do distrito de Bragança, berço da segunda língua oficial de Portugal.

O grupo canta em Mirandês cantigas tradicionais, com instrumentos construídos pelos próprios elementos, em que sobressai a gaita-de-foles mirandesa, e a que junta no novo disco as participações de artistas nacionais como os Clã e Zeca Medeiros.

O disco integra também uma versão mirandesa do tema 'Bebe Vinho', dos Peste e Sida, que os Galandam Galundaina foram convidados a "rearranjar" nos 25 anos da banda rock portuguesa.

O grupo recuperou das tradições locais uma cantiga, 'Siga a Malta', que Paulo Preto, um dos membros dos Galandum Galundaina, espera possa vir a ser um "hino de motivação" para os portugueses.

"A letra convida-nos a isso, que é siga a malta pra diante, esta malta está parada só por não haver quem cante, só por não haver quem mande", exemplificou.

A "preocupação de chegar a novos públicos" está presente neste trabalho, como realçou João Pratas, outro dos elementos do grupo, com os instrumentos tradicionais a soarem a música eletrónica numa das músicas do disco.

Os instrumentos antigos mantêm-se, mas quiseram dar mais relevo a outros instrumentos, que normalmente têm um papel secundário, como o pandeiro, que tirou o lugar à caixa e ao bombo.

"Continua a ser a música tradicional mirandesa, (mas) do século XXI", realçou, por seu turno, Alexandre Meirinhos.

Todos os elementos do grupo são músicos e alguns ensinam música.

A partir do cantinho de Portugal que é o Nordeste Transmontano têm chegado a todo o mundo, desde os palcos dos principais festivais nacionais de música Folk a toda a Europa, América, Ásia e África.

Dos 20 anos de carreira ficam "as boas críticas e carinho de pessoas influentes na música" sobre o trabalho de um grupo musical que se tem dedicado a recuperar as melodias do vasto património cultural mirandês.

"Este tipo de música que nós fazemos não se estuda: vive-se, mama-se, nós mamamos esta música desde pequeninos e é por isso que nós sentimos que as pessoas nos acarinham, precisamente por fazermos coisas diferentes e termos sonoridade únicas", afirmou Paulo Preto.

O novo disco estará à venda nos próximos dias no Teatro Municipal de Bragança, onde foi hoje apresentado, e chegará aos circuitos comerciais na segunda semana de janeiro.

Para o futuro, Paulo Meirinhos, também dos Galandum, garantiu que "há muita música ainda para descobrir".

"Muitas das músicas que tocamos foi a minha mãe que nos ensinou, mas há ainda muito velhos, muita gente que conhece e muita coisa por descobrir ainda nos lares dos velhos, nos poiais das casas, há muito convívio ainda por fazer ou ainda para aprender", indicou.

Para 2016, estão já agendados em Portugal, Espanha e França mais de dez espetáculos deste grupo que foi buscar o nome justamente a uma música tradicional de Miranda, que fala sobre um senhor galante (Galandum) e boémio (Galundaina).

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