"O Estado não pode deixar de intervir no cinema, porque nós temos um mercado muito pequeno, muito escasso. Temos uma concorrência muito grande dos filmes americanos e, portanto, o Estado tem obviamente de apoiar", alegou.
À entrada para a antestreia do seu novo filme, "Amor Impossível", António-Pedro Vasconcelos sublinhou nque as suas grandes discordâncias com o Governo "são em relação à forma de apoiar".
Sobre o novo ministro da Cultura, João Soares, referiu que tem com ele uma relação muito antiga.
"Acho que é uma pessoa muito pragmática, é um homem de cultura e, portanto, espero que ele com diplomacia, mas também com firmeza, introduza algumas modificações para as políticas do cinema", acrescentou.
Sem querer alongar-se sobre esta matéria, o realizador disse ainda aos jornalistas que espera que essas modificações "permitam que haja mais filmes e, sobretudo, que haja outra relação com o público".
"O cinema português tem uma quota de mercado muito pequena? Com algumas exceções, há um filme ou outro que faz muito sucesso, mas normalmente há um divórcio entre o cinema português e o público: acho que é isso que é preciso reatar", concluiu.
Com produção de Tino Navarro e apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual, a décima longa-metragem de António-Pedro Vasconcelos conta no elenco com Victória Guerra, José Mata, Ricardo Pereira e Soraia Chaves. O argumento é de Tiago Santos, colaborador de António-Pedro Vasconcelos nos filmes mais recentes.
A história centra-se no desaparecimento de Cristina (Victória Guerra), que está a ser investigado por dois agentes da Polícia Judiciária, Madalena (Soraia Chaves) e Marco (Ricardo Pereira).
Depois de "Os gatos não têm vertigens", um dos filmes portugueses mais vistos de 2014, António-Pedro Vasconcelos, avançou para "Amor Impossível", que começou a ser rodado na capital e decorre praticamente ao longo de toda a trama em Viseu.