"Este crime não pode passar impune", escreveu Tiago Rodrigues, nas nas redes sociais, na sequência do ataque à companhia de teatro "A Barraca" e aos seus atores, na noite de terça-feira, em Lisboa.
"A violência contra a liberdade de expressão e de criação não pode passar. O medo não pode passar. Não passarão", concluiu o autor da peça premiada "Catarina e a beleza de matar fascistas".
O ator Adérito Lopes da companhia de teatro "A Barraca" foi agredido na noite de terça-feira por um grupo de extrema-direita, em Lisboa, quando entrava para um espetáculo com entrada livre de homenagem a Camões, disse a diretora da companhia, Maria do Céu Guerra.
Em declarações à Lusa, a também atriz Maria do Céu Guerra contou que foi por volta das 20h00, estavam os atores a chegar ao Cinearte, no Largo de Santos, quando se cruzaram à porta "com um grupo de neonazis com cartazes", com várias frases xenófobas, que começaram por provocar uma das atrizes.
"Entretanto, os outros atores estavam a chegar. Dois foram provocados e um terceiro foi agredido violentamente, ficou com um olho ferido, um grande corte na cara", afirmou a também encenadora, de 82 anos, que disse que o ator em causa teve de receber tratamento hospitalar.
Fonte da PSP adiantou à Lusa que foi chamada pelas 20h15 ao Largo de Santos por "haver notícia de agressões", onde foi contactada por um homem de 45 anos, que "informou que, ao sair da sua viatura pessoal, foi agredido por um indivíduo".
A PSP, com as características do eventual suspeito fornecidas pelo ofendido e por um seu amigo, encetou várias diligências nas ruas adjacentes ao Largo de Santos, tendo sido possível localizar e intercetar um homem com 20 anos, suspeito de ser o autor da agressão, adiantou a mesma fonte.
A PSP identificou os intervenientes neste caso - suspeito, ofendido e testemunha - e vai comunicar todos os factos apurados ao Ministério Público.
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