As classificações como Monumentos de Interesse Público, hoje publicadas em Diário da República, abrangem os prédios geminados da Avenida da Liberdade, 206 a 218, e Rua de Rodrigues Sampaio, 27 a 35, e ainda os edifícios gémeos da Rua Braamcamp, 84 a 88, conjuntos localizados na freguesia de Santo António.
Os prédios geminados da Avenida da Liberdade e Rua de Rodrigues Sampaio, encomendados em 1910 ao arquiteto Norte Júnior pelo 1.º visconde de Salreu, foram classificados como monumento de interesse publico por constituírem "um caso notável e uma tentativa excecional de elevar a qualidade artística, construtiva, tecnológica e urbanística da tipologia dos prédios de rendimento erguidos na frente norte da cidade de Lisboa a partir do último quartel do século XIX", é destacado na portaria de classificação.
"Do ponto de vista urbanístico, merece especial destaque a fachada que deita à Avenida da Liberdade, extraordinário e erudito exercício de arquitetura realizado com perfeito domínio dos códigos da Academia Francesa das Belas-Artes, grande equilíbrio entre estrutura e decoração e absoluto controlo e disciplina compositiva", é descrito na portaria de classificação, salientando ainda que os edifícios são "referenciais no que respeita a fatores como a criação de garagens para os arrendatários, a introdução de tecnologias inovadoras destinadas a otimizar o conforto, a higiene e a segurança".
Ainda na zona envolvente da Avenida da Liberdade, "no limite do aristocrático Bairro Barata Salgueiro, urbanizado em finais do século XIX e composto por ruas largas e arborizadas de ambiente parisiense", foram também classificados como Monumento de Interesse Público os edifícios gémeos da Rua Braamcamp, 84 a 88, em Lisboa.
Os dois prédios "gémeos", da autoria do desenhador Arthur Júlio Machado, "constituem, sem dúvida, dois dos mais qualificados exemplares de arquitetura residencial destas avenidas de Lisboa, claramente dignificadores do eixo urbano no qual se inserem, e testemunhos, tão notáveis quanto cada vez mais raros, das suas particulares tipologias e conjunturas históricas e sociais", apesar de terem tido algumas "alterações pontuais", como a demolição de um passadiço de ferro e vidro nos pisos superiores, considerou o Ministério da Cultura.
O instituto Património Cultural (PC) abriu os procedimentos para classificação das Minas d'Água da Ajuda - Minas do Palácio e do Mirante - e da Igreja e antigo Convento de Nossa Senhora da Quietação, também conhecido como Convento das Flamengas, na Rua Primeiro de Maio, 20 a 22, e na Rua Leão de Oliveira, 1, em Alcântara, erigido entre 1582 e 1586, tendo sido Nicolau de Frias o arquiteto responsável.
Foram também abertos os procedimentos de classificação dos chafarizes das Laranjeiras, no cruzamento da Estrada das Laranjeiras com a Calçada da Palma de Baixo, na freguesia de São Domingos de Benfica, e da Junqueira, na Rua da Junqueira, entre os números 154 e 156, na freguesia de Alcântara.
Os imóveis em vias de classificação e os localizados na sua zona geral de proteção (50 metros contados a partir dos seus limites externos) ficam desde já sujeitos a restrições quanto a eventuais alterações.
Os documentos com os elementos relevantes dos processos relativos aos edifícios em classificação estão disponíveis para consulta nas páginas eletrónicas do Património Cultural (www.patrimoniocultural.gov.pt), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (www.ccdr-lvt.pt) e da Câmara Municipal de Lisboa (www.cm-lisboa.pt).
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