Instalado no Palácio Stephens, espaço umbilicalmente ligado à história da tradição vidreira da Marinha Grande, no distrito de Leiria, o Museu do Vidro é único em Portugal, sublinhou Aurélio Ferreira em declarações à agência Lusa.
"Por estar especificamente vocacionado para a arte, para o artesanato e para a indústria vidreira, permite-nos uma programação cultural diversificada, sempre focada, tanto do ponto de vista industrial, como coletivo, no vidro".
Com coleções que testemunham a atividade vidreira portuguesa desde meados do século XVII/XVIII até à atualidade, o Museu do Vidro "é para a Marinha Grande o 'ex libris' de toda a história" do concelho.
"Por isso, estes 25 anos têm para nós um significado muito para além do que outra qualquer coisa que haja na Marinha Grande. Para nós, é um orgulho ter um museu como o Museu do Vidro há 25 anos", acrescentou o autarca.
Repartido pelo Palácio Stephens e pelo Núcleo de Arte Contemporânea, o museu recebeu ao longo de 25 anos "quase 50 exposições temporárias", atraindo um número de visitantes que "atinge praticamente os 500 mil".
O acervo começou a ser constituído no final dos anos 1980 e integra coleções da Fábrica-Escola Irmãos Stephens, mas também de fábricas que naquela altura ainda estavam a trabalhar, "casos da IVIMA, da Dâmaso ou da Manuel Pereira Roldão".
O aniversário é assinalado no dia 13 de dezembro com a conferência "Museu do Vidro - da conceção de um museu de arte ao museu âncora da Marinha Grande", pelo investigador Jorge Custódio, que dá início a um ciclo de palestras relacionadas com a história do museu.
A comemoração contempla também uma nova exposição temporária, "Memórias e identidade da fábrica dos Stephens", sobre a história e valorização do Museu do Vidro.
Patente atualmente está "Deixa que te conte... Contos, histórias e lendas em vidro soprado", mostra de adornos de Natal em vidro da Coleção Vico, que remete para o imaginário da literatura infantil.
Segundo o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, está ainda prevista, para 2024, "uma renovação profunda da exposição de longa duração, que está estagnada e que se quer que seja dinâmica".
"Queremos contar ao público que nos visita a história do vidro na Marinha Grande de uma forma que seja intuitiva e com uma narrativa que privilegie a relação próxima", notou Aurélio Ferreira.
A intenção é a de que, através do Museu do Vidro, "as pessoas entendam o que foi o passado e o que é o vidro hoje, não só no vidro artístico, mas também no vidro que pertence à Marinha Grande, o vidro de garrafaria. Também aí queremos dar conta que a Marinha Grande continua a ser a 'capital do vidro'", concluiu.
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