Eduardo Pitta. Editoras recordam participação cívica e obra original

As editoras Publicações D. Quixote e Quetzal lamentam a morte do escritor Eduardo Pitta, ocorrida hoje, aos 73 anos, recordando a originalidade e versatilidade da sua obra, assim como a sua participação cívica e a defesa dos direitos dos homossexuais.

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Lusa
25/07/2023 18:36 ‧ 25/07/2023 por Lusa

Cultura

Eduardo Pitta

"Eduardo Pitta foi uma das figuras mais originais e versáteis da vida literária portuguesa. A sua obra abarca todos os géneros: poesia, romance, crítica, ensaio, memórias, contos. Eduardo Pitta também se distinguiu pela sua participação cívica e pelo seu ativismo na luta pelos direitos dos homossexuais em Portugal", afirma a Quetzal, em comunicado.

As Publicações D. Quixote, do Grupo LeYa, por seu turno, traçam um perfil do autor, referindo algumas das suas obras, como o livro de poesia 'Desobediência' (2011), e os de contos 'Persona' (2019) e 'Devastação' (2021), publicados por aquela chancela.

A D. Quixote recorda, também em comunicado hoje divulgado, que Eduardo Pitta, desde 1974, publicou dez livros de poesia, um romance, duas coletâneas de contos, quatro volumes de ensaio e crítica, duas recolhas de crónicas, dois diários de viagem e um livro de memórias, 'Um Rapaz a Arder' (2013).

"O ensaio 'Fractura' (2003), sobre homossexualidade na literatura portuguesa contemporânea, é considerado por Mark Sabine [investigador, especialista em estudos portugueses, espanhóis e latino-americanos da Universidade de Nottingham] 'a primeira História da Literatura portuguesa de cariz homossexual'", destaca a D. Quixote.

Pitta adaptou, em 2008, 'O Crime do Padre Amaro', de Eça de Queiroz, para crianças, e editou a poesia completa de António Botto, em 2018.

Em declarações à Lusa, na altura, Pitta afirmou que o Botto foi "segregado" pela sociedade portuguesa devido à sua homossexualidade e por "um comportamento que não seguia a compostura e aprumo" exigidos pelos padrões da época, e que permaneceram ao longo da ditadura (1926-1974).

"O quadro mental da sociedade portuguesa manteve-se, apesar das sucessivas mudanças de regime: fim da monarquia, implantação da República, ditadura militar, ditadura civil, Estado Novo", disse.

Os poemas de Eduardo Pitta estão traduzidos em inglês, castelhano, italiano, francês e hebraico.

"A Quetzal evoca com saudade os tempos de convívio aquando da publicação de 'Aula de Poesia', em 2010, e do seu livro de memórias 'Um Rapaz a Arder', em 2013 -- um testemunho raro de uma personalidade (uma vida) ímpar".

Eduardo Pitta tem "poemas, contos e ensaios dispersos por revistas literárias de Portugal, Reino Unido, Brasil, Colômbia, Espanha, França e Estados Unidos", realça a D. Quixote, recordando que o escritor participou em congressos, seminários e festivais de poesia em Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Colômbia.

As Publicações D. Quixote afirmam ainda, no comunicado hoje divulgado, lamentar "com sentida tristeza, o desaparecimento" de Pitta. A Quetzal, por seu lado, "apresenta as mais sentidas condolências ao marido e demais família."

O escritor e ensaísta português Eduardo Pitta morreu hoje de manhã, aos 73 anos, em Torres Vedras, vítima de complicações decorrentes de AVC, disse à agência Lusa fonte da família.

O escritor fez da identidade homossexual matéria da sua criação literária.

Leia Também: Eduardo Pitta. Poeta fez da escrita arma em defesa da homossexualidade

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