Anos depois de ter deixado a sua marca no Corvo, com a construção de um cagarro, em homenagem ao empenho dos corvinos em proteger esta e outras aves marinhas, Bordalo II regressou à ilha mais pequena dos Açores para fazer mais uma vez arte com lixo, ao mesmo tempo que apoia a comunidade.
Desta vez, o artista plástico fez um mero, um peixe muito acarinhado pelos habitantes e mergulhadores. Há alguns anos, depois de várias pessoas terem chamado a atenção para as características afáveis e curiosas desta espécie, a população decidiu, voluntariamente, criar uma reserva marinha destes animais para que quem visitasse a ilha os pudesse conhecer e admirar.
Assim, a cerca de 100 metros do Corvo, com dimensões de cerca de um metro de comprimento, quem mergulha no agora conhecido por 'Caneiro dos Meros', onde é proibido pescar, pode avistar e até interagir com cinco ou mais meros no espaço de poucos minutos.
Sendo esta uma área protegida, além destes peixes, os mergulhadores podem também usufruir de uma viagem pela mais autêntica e genuína flora marítima dos Açores.
Já o mero de Bordalo II, que está patente num barco 'atracado' na área da Reserva Biológica do Corvo, foi inaugurado esta quarta-feira, para alegria dos corvinos e de quem visita a ilha.
Numa publicação partilhada na página de Facebook, a Câmara Municipal do Corvo revelou que a obra visa "alertar e provocar um olhar diferente sobre o desperdício" e insere-se na "requalificação (em curso) da Reserva Biológica do Corvo", um projeto financiado pelo programa Mar 2020 e liderado não só pela autarquia como também pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
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