A banalidade do quotidiano vai mostrar como é 'Terreno selvagem 2'

Cenas da vida de um casal com uma filha de oito anos e outra mais nova são o centro da peça "Terreno selvagem 2", uma criação e encenação a seis mãos, a estrear-se na quarta-feira, no Teatro S. Luiz, em Lisboa.

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Lusa
25/10/2022 11:35 ‧ 25/10/2022 por Lusa

Cultura

Teatro S. Luiz

Com criação e encenação de Miguel Castro Caldas, que também assina o texto, Pedro Gil e Raquel Castro, que interpretam, "Terreno selvagem 2" dá continuidade à anterior produção, "Terreno selvagem", criada em 2016, e inspira-se nos primeiros dez anos da filha de Pedro Gil e Raquel Castro, disse à agência Lusa Miguel Castro Caldas.

Com cenas em que se mostra as relações entre o casal, entre as filhas e o pai e a mãe, "Terreno selvagem 2" centra-se sobretudo na filha mais velha do casal, referiu.

Apesar de partir da experiência biográfica de Pedro Gil e Raquel Castro, "Terreno selvagem" "não é uma autobiografia nem uma autoficção", frisou Miguel Castro Caldas.

O material da vida daquele casal e da filha serviu apenas como "material [de base] para fazermos a ficção que queríamos fazer e que se descola da vida real deles", precisou.

O que é mais forte na vida daquela criança de oito anos, é o facto de já saber ler e se relacionar com a escrita, o facto de saber certas coisas do mundo dos adultos mas não saber resolvê-las, de ainda não conseguir resolver certos problemas tal como os próprios adultos não conseguem, explicou Miguel Castro Caldas, enumerando algumas questões levantadas no espetáculo.

A entrada do mundo exterior naquela casa, através da escola ou dos amigos da filha é outro eixo que, segundo o encenador, "é feito de coisas muito corriqueiras e banais".

"É um espetáculo sobre o banal, sobre a vida da rotina", frisou Castro Caldas. E, enquanto espetáculo sobre o banal, é "como se houvesse qualquer coisa por trás disso ou a envolver isso ou à frente disso".

Qualquer coisa de "invisível que parece que está presente nas nossas vidas", qualquer coisa "a que não damos muita atenção e a que nós, se calhar, podemos chamar terreno selvagem", uma vez que tem a ver com tudo aquilo que "não conseguimos controlar" e que normalmente "só aparece quando surge um problema".

Afinal, no dia-a-dia - concluiu Castro Caldas - não há tempo nem para analisar o que se passa e aquilo por que passamos do ponto de vista do exterior.

Em cena na sala Mário Viegas até 13 de novembro, dia em que a peça terá tradução em Língua Gestual Portuguesa, a peça "Terreno Selvagem 2" pode ser vista de quarta-feira a sábado, às 19:30, e, ao domingo, às 16:00.

Com cenografia e figurinos de Rita Lopes Alves, tem construção de cenário de Manuel Lobão, luz de Daniel Worm, som de Pedro Costa e registo vídeo de João Gambino.

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