Uma barata do século XVIII, com o nome de Peri, foi descoberta num livro de pagamentos de um navio de comércio de escravos francês. Depois de descoberta, tornou-se uma adição ao Arquivo Nacional do Reino Unido.
Segundo os investigadores, a viagem deste inseto começou a bordo de um navio negreiro que partiu de La Rochelle, em França, no ano de 1743 para a costa da Guiné. A tripulação mais tarde embarcou num navio diferente no Haiti, com destino a França, levando o livro com eles. Mas esse navio foi apreendido por britânicos durante a guerra da sucessão austríaca e, depois, enviado para Plymouth.
O inseto, que se encontra naturalmente mumificado, foi descoberto por Oliver Finnegan, um especialista do Arquivo Nacional. O investigador, citado pelo jornal The Guardian, conta que abriu o livro e viu um "enorme inseto". Diz que. “estes papéis de navios provavelmente não foram abertos ou examinados desde meados do século XVIII".
Através de consultas com entomologistas, ele determinou que a barata era um exemplo de barata americana (Periplaneta americana), também conhecida como barata de navio, nativa de África e transplantada através do tráfico de escravos para as Américas - e não encontrada no Reino Unido.
“Eu nunca tinha visto nada parecido antes”, disse Finnegan. E explica que “quando foi fechada no livro, este criou um microclima perfeito para preservação”.
O investigador descobriu ainda que a barata é do sexo masculino e por isso chamaram-lhe Peri.
A barata pode viver agora numa caixa especial dentro de uma gaveta do arquivo e pode ser consultada a qualquer altura por quem a quiser visitar.
Veja aqui fotografia de Peri no jornal The Guardian.
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