Museu Berardo exibe mais de 60 quadros do francês Gérard Fromanger
Uma exposição com mais de 60 quadros do artista francês Gérard Fromanger (1939--2021), com diversas séries que marcaram a sua obra, vai ser inaugurada na quarta-feira, no Museu Coleção Berardo, em Lisboa.
© Lusa
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Inserida na Temporada Portugal--França 2022, a mostra - intitulada "O Esplendor" - tem curadoria de Éric Corne, e reúne vinte e seis séries ao todo, com pintura, desenhos e serigrafias, bem como a sua curta-metragem "Film-tract n°1968" ("Filme-Panfleto n.° 1968"), de 1968, realizado com Jean-Luc Godard.
Esta exposição, que percorre as múltiplas metamorfoses e os questionamentos do arista sobre a forma e a técnica, segundo um comunicado do Museu Berardo, foi realizada também como uma homenagem a Fromanger, falecido a 18 de junho do ano passado.
A obra exposta, que vai revelar "períodos feitos de dúvidas, ruturas, recomposições, técnicas diferentes, constitui um conjunto de uma grande coerência", segundo um texto do curador divulgado pelo museu.
"No seu trabalho, as séries respondem a uma lógica interna, marcando cada uma das épocas com a sua biografia íntima, os seus encontros, a sua relação com a atualidade e, de modo mais amplo, com a História", acrescenta.
As séries "Splendeurs" ("Esplendores") I, II e III estão no centro da exposição, dando-lhe o título, que também presta homenagem a Fernando Pessoa, escritor de referência para Fromanger, e ao seu poema "O Esplendor".
A obra de Gérard Fromanger "é a de um grande explorador do mundo que o rodeia, em permanente sintonia com a estética 'flâneuse' de Walter Benjamin, ou com as derivas de Guy Debord", compara ainda Éric Corne, indicando que o trabalho do artista se exprime "na evidência do fragmento, cada um funcionando como totalidade em reserva".
Embora seja associado frequentemente ao Maio de 1968, o artista "soube desafiar todo o efeito dialético, recorreu ao método da quadrícula, depois à fotografia, sem procurar a inquietante estranheza: através da banalidade das cenas captadas na rua, Fromanger persegue uma revolução permanente feita de desejo num mundo onde a estética publicitária e ateia compõe a vida", salienta ainda o curador.
O artista costumava dizer: "A cada quatro ou cinco anos, volto a pôr tudo em causa", e, por isso, a cronologia foi considerada o menos importante na organização da exposição, "uma vez que a sua obra forma um todo", com influências da pop art, e a "preferência por cores não moduladas e audaciosas", interesse pelos domínios do gosto popular, incluindo a cultura 'trash', o desejo, e a valorização dos temas contemporâneos.
A exposição "O Esplendor" é inaugurada na quarta-feira, às 19:00, e ficará patente até ao próximo dia 29 de maio, no Museu Coleção Berardo.
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