Filme "Paraíso" de Sérgio Tréfaut premiado em França

O filme "Paraíso", do realizador português Sérgio Tréfaut, foi premiado no Festival Internacional do Documentário FIPADOC, que terminou no domingo em Biarritz, França.

Sérgio Tréfaut prepara filme de ficção sobre jovem envolvida com Estado Islâmico

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Lusa
24/01/2022 18:49 ‧ 24/01/2022 por Lusa

Cultura

Filme

De acordo com a organização, "Paraíso" recebeu o grande prémio de documentário musical.

"Paraíso", que cumpriu a estreia em França neste festival, é um retrato do Brasil a partir da música popular, à escala de um jardim no Rio de Janeiro, onde decorre praticamente toda a narrativa.

No documentário, Tréfaut registou homens e mulheres, todos eles idosos, que se encontram regularmente nos jardins do Palácio do Catete (que acolhe o Museu da República) para cantar sambas, choros e outras músicas do património comum brasileiro. Chamam-lhes "serestas", uma derivação das serenatas.

"Paraíso" fala de "pessoas consideradas dispensáveis à luz dos valores contemporâneos, e que estão à espera que o seu destino termine, e que lhes é impedido o acesso à felicidade", afirmou o realizador em setembro passado à agência Lusa.

Para Sérgio Tréfaut, aquela comunidade, que encontrou nos jardins do Palácio do Catete, "transporta algo de um Brasil antigo e que foi obliterado".

O filme foi feito entre finais de 2019 e início de 2020, ou seja, antes da pandemia da covid-19, que teve um impacto particularmente violento no Brasil.

Sérgio Tréfaut queria ter filmado e conversado mais com aquela comunidade, que não voltou a cantar com regularidade naqueles jardins por causa da pandemia. Montou o filme com as imagens que tinha e dedicou-o aos protagonistas, em particular aos que já morreram, vítimas do novo coronavírus.

Filho de mãe francesa e pai português, Sérgio Tréfaut nasceu e viveu no Brasil até ao final da infância, mas a família acabou por sair do país, exilar-se em França e, mais tarde, já depois da Revolução de Abril de 1974, regressar a Portugal.

"Queria voltar [ao Brasil] desde os dez anos, com uma necessidade de me confrontar com o país onde passei a minha infância. Quando você chega aos 50 é 'agora ou nunca,' mesmo que vá para a pior fase do Brasil", reconheceu Tréfaut, que ativamente tem criticado a presidência de Jair Bolsonaro.

"Paraíso" é, então, o resultado dessa aproximação de Sérgio Tréfaut ao Brasil, feita através da música popular brasileira.

Tréfaut, realizador, produtor, programador, é autor de vários filmes premiados, sobretudo no registo documental, como "Outro país" (2000), "Lisboetas" (2004) e "Alentejo, Alentejo" (2014), aos quais se juntam as ficções "Raiva" (2018) ou "A noiva", ainda inédito em sala.

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