Segundo explicou hoje à Lusa fonte da autarquia presidida pelo PSD, a construção efetiva da infraestrutura "só avançaria com garantia de apoios comunitários", mas PS e um independente rejeitaram o concurso devido ao que os socialistas definem como preocupações com "custos bastante exigentes".
Em causa está a substituição da piscina atual, que, com várias décadas, é apontada pela autarquia como "desajustada à procura e desadequada em termos ambientais e económicos". Construir de raiz um novo equipamento era, para o PSD, "mais barato do que intervir na velha piscina".
Em 2011 decorreu o concurso público internacional para o projeto de arquitetura e o de Souto Moura foi selecionado entre 46 candidaturas. A proposta do arquiteto distinguido com o Prémio Pritzker destacara-se por apostar "numa forte permeabilidade visual dos espaços internos afetos às valências centrais do equipamento com o recinto das piscinas exteriores".
Em termos energéticos, o júri também destacava o "controlo otimizado de todas as instalações técnicas do edifício e o recurso a energias renováveis, assim como a implementação de processos de gestão eficiente de água".
Na última reunião de Câmara, os vereadores sociais-democratas apresentaram ainda um parecer técnico emitido em janeiro deste ano pela Federação Portuguesa de Natação, que nele elogiava a vertente "verde" do edifício.
O documento realçava ainda que "a articulação de planos de água constituídos por tanques específicos para aprendizagem, formação, atividades lúdicas e terapêuticas, e bebés - com o ginásio integrado no mesmo edifício - permite sinergias importantes para a formação e promoção do desporto e da saúde pública".
Os vereadores do PS, por sua vez, afirmam que a rejeição do procedimento concursal para a empreitada se deve sobretudo ao facto de não terem obtido resposta "às dúvidas e questões levantadas na reunião de Câmara e nos dias que a antecederam".
Os esclarecimentos solicitados prendem-se com "as questões de sustentabilidade de um equipamento que, pela sua complexidade, envolverá custos de funcionamento e manutenção bastante exigentes para o município, por exemplo ao nível energético".
Referindo que os socialistas estiveram disponíveis para votar numa próxima reunião, o comunicado da concelhia afirma que "o presidente da Câmara optou por forçar tal votação, pelo que o PS não teve outra alternativa que não fosse o voto contra".
Para os vereadores socialistas, "num contexto de graves constrangimentos financeiros como aquele que se vive, os recursos públicos devem ser criteriosamente aplicados, sem que possam vir a comprometer as gerações futuras".
O tema voltará à discussão na próxima quinta-feira, em reunião extraordinária do Executivo constituído por três vereadores PSD, três do PS e um independente, que também votou contra a abertura do concurso.