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Festival Percursos Sonoros regressa em formato 'streaming'

O festival Percursos Sonoros regressa a Oliveira de Azeméis este sábado para a 5.ª edição, que vai ser transmitida em 'streaming' devido às restrições da covid-19, numa propriedade privada que albergou o rei Pedro V.

Festival Percursos Sonoros regressa em formato 'streaming'
Notícias ao Minuto

13:00 - 23/09/20 por Lusa

Cultura Festival

O evento que usa a música para promover o património local está de regresso sob o mote "Dançaremos juntos pela cultura", obrigado a adaptar-se às circunstâncias da pandemia, o que forçou a organização a optar por apenas um local, transmissão 'streaming' e um horário de final de tarde, com menos de uma dezena de pessoas na assistência.

"Tivemos que readaptar o conceito todo do festival, nunca aconteceu durante o dia. Este ano foi diferente, alterámos porque as pessoas podiam estar fora de casa até às 22h00 ou 23h00, havia horários. Tivemos que alterar isso para uma espécie de 'sunset' ou matiné, pensámos que não havia nada melhor do que DJ para terminar o pôr do sol e estar uma festa de verão", afirmou à Lusa uma das organizadoras do certame, Ana Sofia de Oliveira.

Para esse efeito, a organização escolheu Marinho, uma "artista de Lisboa muito ligada ao 'rock' e 'folk' para começar a tarde", pelas 17h00, seguida por Meta, música de Bragança "ligada à terra e natureza, que já foi finalista do Festival da Canção", enquanto o pôr do sol vai ser acompanhado por Xinobi, "o cabeça de cartaz que dispensa apresentações".

"Uma das coisas que nos fez ter mais energias e motivação para esta edição foi poder ajudar os artistas que foram quem mais sofreu com a covid-19, a cultura foi praticamente cancelada ou adiada. Não fazia sentido cancelar a nossa quinta edição e o trabalho destes artistas que são quem faz o festival acontecer. Durante a quarentena foi a arte que serviu de escape para a população", explicou Ana Sofia.

O local escolhido foi o jardim da Casa dos Albuquerques, construída no século XVIII, no centro da cidade, que sempre foi propriedade dessa família e que a organização já cobiçava há muito pelo contributo histórico que oferece, já que "acolheu o rei D. Pedro V nas viagens entre Porto e Lisboa", embora o público seja restrito a menos de 10 pessoas, escolhidas através de concurso nas redes sociais.

A proprietária está de regresso à cidade depois de várias décadas em Espanha e disse ser um "prazer ceder o espaço familiar para atividades culturais, que fomentam e reforçam os laços da comunidade", o que acaba por ser uma ajuda para os músicos que "estão em situação de crise" e dá a "conhecer a história da cidade, que tem um património histórico e cultural interessante, que a maior parte das pessoas desconhece".

"Confio e apoio absolutamente os músicos, é precisamente reforçar esse sentido de comunidade e ajuda que devemos ter as pessoas não fecharem as portas uns aos outros. Temos que nos ajudar, somos uma comunidade, precisamos de ajudas mútuas. Tenho seis filhos, entre eles músicos, e sei o que sofrem por não terem concertos e atividades. A ideia é de poder ajudar e contribuir à difusão da música e do património histórico que temos", explicou Mariana de Albuquerque, de 66 anos.

Por seu lado, Pedro Saavedra, responsável do Gabinete da Juventude da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, destacou o "orçamento que tem vindo a crescer gradualmente", mas que este ano foi "mais apertado" e a abertura dos artistas que congratularam a autarquia pela realização do evento que, devido à pandemia, fugiu da ideia inicial.

"A dificuldade passou por querer que as pessoas façam um percurso pedonal para poderem ir de um concerto para o outro, o que este ano não é possível. Nesta edição, o executivo disse que ia avançar desde a primeira hora. Tendo em conta a dimensão do festival, não faz sentido pararmos. Queríamos vir a este jardim há muitos anos, a proprietária acolheu-nos desde a primeira hora e não há recuo, adaptamo-nos às circunstâncias", indicou.

O funcionário camarário vincou ainda o papel e responsabilidade por parte da autarquia, que entrou em contacto com a GNR e autoridades de saúde locais para a realização do certame em segurança.

"Desde a primeira hora que o executivo quer que o evento se realize, mas há um cuidado acrescido na realização. O 'streaming' era, desde a primeira hora, o plano inicial, mas estávamos a contar ter aqui mais pessoas", lamentou.

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