O apelo dos autores da primeira ópera de Mozart adaptada em Moçambique

Professores e estudantes que adaptaram pela primeira vez uma ópera de Mozart em Moçambique defenderam hoje à Lusa a criação de uma "dramaturgia moçambicana", considerando que o país possui "talento e histórias" suficientes para produções artísticas.

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Lusa
13/12/2018 19:13 ‧ 13/12/2018 por Lusa

Cultura

UEM

"O nosso objetivo é criar uma dramaturgia moçambicana", disse Victor Gonçalves, docente da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e diretor-geral da Ópera "Mwango e Mwango", que hoje estreou em Maputo.

Com a primeira apresentação, que juntou centenas de pessoas no Centro Cultural da UEM, os organizadores esperam mudar a consciência da sociedade sobre a importância da arte, contando histórias baseadas na realidade do país.

"Queremos criar uma dramaturgia com base em temas e histórias de Moçambique. Esta apresentação é uma forma de ensaiar esta perspetiva", afirmou Victor Gonçalves.

A ópera é o resultado de uma adaptação de "Bastien und Bastienne", uma das primeiras obras de Mozart, baseada numa peça de Jean Jaques Rousseau, e que foi apresentada pela primeira vez em 1768.

O enredo original narra as aventuras de Bastienne, uma jovem camponesa que perde o seu amado para uma nobre dama. A jovem procura um feiticeiro para recuperar o seu amado.

Na versão adaptada, a história acontece na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, e conta também a experiência de uma rapariga que recorre a um curandeiro para recuperar o seu amado.

Para o reitor da UEM, Orlando Quilambo, a iniciativa vai contribuir para uma mudança de consciência sobre a importância da arte e da cultura em Moçambique, principalmente entre a camada jovem.

"A cultura é o instrumento orientador da sociedade. Não há desenvolvimento sem cultura", frisou à Lusa o reitor da UEM.

"Sentimo-nos orgulhosos: os nossos estudantes e professores conseguiram aqui ter uma tradição europeia misturada a uma tradição moçambicana", concluiu.

O nome "Mwango e Mwango" é proveniente da língua maconde, falada numa parte do norte de Moçambique, e em português significa "meu e minha".

A ópera, apresentada no Centro Cultural da Universidade Eduardo Mondlane, foi interpretada em cena por três cantores, sete músicos e dois atores, sob olhar atento de várias personalidades, entre as quais diplomatas e antigos quadros do Governo moçambicano.

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