Nascido em Lisboa, em 1926, Fernando Lemos, da terceira geração de modernistas portugueses, criador que se destacou nos anos de 1940 e 1950, revelando influência do movimento surrealista, tem desenvolvido atividade em várias expressões criativas, entre as quais pintura, fotografia, escrita, assim como no design, desenho e ensino.

'Fernando Lemos - Como não é retrato?', dirigido por Jorge Silva Melo, é um documentário biográfico sobre o artista que fixou residência no Brasil, em 1953, tendo posteriormente adquirido nacionalidade brasileira.

"Fui estudante, serralheiro, marceneiro, estofador, impressor de litografia, desenhador, publicitário, professor, pintor, fotógrafo, tocador de gaita, emigrante, exilado, director de museu, assessor de ministros, pesquisador, jornalista, poeta, júri de concursos...".

Estas são algumas das confissões de Fernando Lemos ao encenador e cineasta Jorge Silva Melo, no documentário, que teve antestreia na Fundação Calouste Gulbenkian, no passado mês de fevereiro.

Concebido como uma longa conversa, o filme resulta de uma extensa entrevista realizada em 2008, quando da passagem de Lemos por Lisboa, e de outro encontro entre o artista e Silva Melo, em 2017, em São Paulo.

"Uma vida. A vida feliz de um homem inquieto", resume Jorge Silva Melo, o documentário.

O filme pode ainda ser visto no Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva no dia 13, às 15:00, no âmbito da iniciativa "Vieira da Silva em festa 2018", que assinala os 110 anos da pintora Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992).

No dia 09 de junho, Fernando Lemos também estará no Palácio Calheta, em Lisboa, para uma conversa com a diretora do Museu do Design e da Moda (MUDE), Bárbara Coutinho, pelas 17:30.

O artista português está representado com um núcleo do seu trabalho gráfico, realizado ao longo de 60 anos na exposição'Tanto Mar, Fluxos Transatlânticos do Design', organizada pelo MUDE.

Fernando Lemos, atualmente com 91 anos, participou em oito edições da Bienal de Arte de São Paulo, onde reside, e conta com mais de meia centena de exposições individuais.

Jorge Silva Melo já realizou mais de uma dezena de documentários sobre artistas como Álvaro Lapa, Nikias Skapinakis, Ângelo de Sousa, José de Guimarães, Joaquim Bravo, António Sena, Bartolomeu Cid dos Santos e Sofia Areal.

Com imagem de José Luís Carvalhosa, som de Armanda Carvalho, montagem de Miguel Aguiar, misturas de Nuno Carvalho, o documentário de 75 minutos tem produção de Manuel João Águas e Pedro Jordão.

Esta produção dos Artistas Unidos teve o apoio da Rádio Televisão Portuguesa e da Fundação Calouste Gulbenkian.