Afinal, a Hyundai N não vai dedicar-se em exclusivo a modelos elétricos para a Europa - ao contrário do que tinha anunciado em 2024.
Foi o que esclareceu o chefe da divisão, Joon Park, à publicação britânica Autocar: "O problema que temos é que há uma perceção da imprensa e dos nossos fãs que a Hyundai N só se está a focar no mundo dos elétricos, o que não é verdade".
Segundo Joon Park, a marca sul-coreana não se está a limitar a carros totalmente elétricos: "Vamos em frente com elétricos, claro, bem como com todas as outras propostas que possamos fazer. Porque, para a N, imaginação e coragem são as palavras de que precisamos de nos lembrar".
Os focos atuais da divisão de carros de desempenho da Hyundai são os totalmente elétricos Ioniq 5 N e Ioniq 6 N - este último será introduzido dentro de cerca de duas semanas no Festival Internacional da Velocidade de Goodwood no Reino Unido.
Para além dos híbridos, elétricos e motorizações tradicionais, a Hyundai N também já apresentou um conceito totalmente funcional a hidrogénio - o Vision N 74. Corria o ano de 2022.
A marca N começou, apenas, em 2017, com o i30 N , juntando-se depois o i20 N. No ano passado, a Hyundai anunciou o fim da produção destes modelos e das suas variantes para o mercado europeu.
Na altura, os sul-coreanos explicaram ao site Motor1.com que tinha sido tomada a decisão de "terminar a produção de modelos N com motor de combustão interna para o mercado europeu", vincando o compromisso de ter "uma gama de produtos de zero emissões até 2035 e de ser 100 por cento neutra em carbono em todas as fases da produção e operação do carro até 2045".
O que será dos automóveis de combustão na Europa?
Atualmente, o futuro para os motores de combustão na Europa não parece promissor. A União Europeia pretende bani-los até 2035, apesar da resistência da indústria: "Todos os carros e carrinhas vendidos na UE em 2035 não devem produzir quaisquer emissões de dióxido de carbono", anunciou Bruxelas em 2022 com o objetivo de atingir a neutralidade climática até 2050.
Segundo o Politico.eu, a VDA - Associação Alemã da Indústria Automóvel apela no esboço de um plano para o clima, que os novos carros de combustão reduzam para cerca de 90 por cento até 2035, ao invés de ser imposta uma proibição total.
Hildegard Müller, dirigente da entidade, sugere a aprovação de "um número limitado de novos motores de combustão", assim como a compensação com "metas mais ambiciosas para combustíveis renováveis".
Também é observado que a procura por carros elétricos não chega para cumprir as ambiciosas metas europeias para o clima, considerando-se que "o fim dos motores de combustão não é viável desta forma".
A decisão de recuar é da União Europeia, e não de Estados membros individuais. Em todo o caso, há alguns países que querem um relaxamento da proibição - além do Partido Popular Europeu, no Parlamento Europeu.
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