Covid-19. Pico em Portugal? "Não se registará antes do mês de maio"

Apesar de assumir que estamos a falar apenas de "previsões", a verdade é que Portugal tem estado "retardar um bocadinho a velocidade com que a curva está a subir", motivo pelo qual pode ser arrastado para lá do que estava previsto, explicou a diretora-geral de Saúde.

© DGS

País Covid-19 27/03/20 POR Filipa Matias Pereira

A Direção-Geral da Saúde e o Ministério da Saúde realizaram, esta sexta-feira, a conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19). E, como reforçou o secretário de Estado da Saúde, a "nossa maior arma continua a ser o isolamento social".

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Depois de apresentar os dados do boletim epidemiológico desta sexta-feira, de acordo com o qual há 4.268 infetados em Portugal, António Sales revelou que 80% destes pacientes estão "no domicílio", não carecendo, para já, de internamento hospitalar. 

Nesta fase da epidemia - a da mitigação -, considerou o governante que importa "concentrar esforços em respostas diferenciadas. Temos de garantir que quem cuida tem condições de segurança". Importa, por isso, intensificar a "testagem não só em profissionais de saúde como em forças de segurança, profissionais que trabalhem lares e outras populações de risco". 

Quanto aos mais vulneráveis, "os reclusos, a população sem-abrigo, os doentes crónicos, as vítimas de violência doméstica", não estão protegidos do coronavírus. Pelo contrário, estão "mais expostos". Neste contexto, as autoridades de saúde estão a tomar medidas para que seja possível a testagem das vítimas de violência antes da entrada em abrigos. 

Já no que ao sistema prisional diz respeito, "houve uma suspensão precoce de visitas, de transferência de reclusos, isolamento no caso entrada de novos reclusos", bem como outras medidas de contingência. 

Chegaram 4,6 milhões de máscaras cirúrgicas 

Adiantou António Sales que chegaram, esta sexta-feira, a Portugal 4,6 milhões de máscaras cirúrgicas e outros equipamentos de proteção "que chegarão rapidamente aos nossos profissionais de saúde. Recebemos ainda a notícia de mais de 4.500 médicos que responderam ao apelo da Ordem para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)". Recorde-se que António Costa testemunhou a chegada desses equipamentos. 

Há coincidências felizes. Ao aterrar hoje no #Porto, deu-se a coincidência de ter apanhado o momento exato da descarga de milhares de equipamentos de proteção individual, fatos de proteção e máscaras, que chegaram hoje a #Portugal, num avião da Ethiopian Airlines. #COVID19PT pic.twitter.com/LwdWC204jK

— António Costa (@antoniocostapm) March 27, 2020

Quanto aos idosos, "nunca é demais lembrar" que são os mais expostos "à letalidade deste vírus" e "os números são claros: temos uma taxa de mortalidade de 1.7 em Portugal e mais de 80% diz respeito a pessoas com mais de 70 anos. E somos nós que temos o dever de proteger estas pessoas. A nossa maior arma continua a ser, efetivamente, o isolamento social". Este é, por isso, "o momento de não nos deixarmos vencer pela ansiedade e pelo medo". 

A importância da prevenção 

A diretora-geral da Saúde acrescentou às palavras do secretário de Estado da Saúde que "tudo o que conseguirmos fazer no domínio da prevenção, teremos de o fazer". E as "medidas de prevenção começam no isolamento social". 

Compete, pois, "à sociedade" organizar-se "para evitar o contacto entre pessoas". Como exemplo, Graça Freitas citou os casos dos lares de idosos, que devem aplicar planos de contigência com "medidas de boas práticas". Estas medidas devem ser aplicadas "antes" da infeção. 

Pico em Portugal? "Não se registará antes do mês de maio"

"Apesar de tudo, há uma tendência para termos retardado um bocadinho a velocidade com que a curva está a subir". Quem o disse foi a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, prevendo agora que o pico da pandemia no país se arraste para maio.

Isto acontece porque como estamos a retardar a subida da curva, o pico vai diferindo no tempo "para mais adiante". Ainda assim, vincou, estamos sempre a falar de "previsões", pelo que o que hoje disse "vale o que vale".

"Neste momento, tudo indica que o período será diferido para mais tarde, nunca antes do mês de maio. Também já temos a indicação dos nossos matemáticos, que o pico não será um momento instantâneo no tempo. Será um planalto de algumas semanas, até porque nós já sabemos que esta doença dura muito tempo. Não vamos chegar ao dia 'x' e começamos logo a descer", insistiu Graça Freitas.

Reveja aqui a conferência de imprensa:

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