'Lixo' do BPN custa mais mil milhões ao Estado
Em Dezembro último, o Estado injectou mais 1.033 milhões de euros nas sociedades-veículo criadas pelo Executivo, com o intuito de absorver o ‘lixo tóxico’ do Banco Português de Negócios (BPN), revela, segundo o Diário de Notícias, o último relatório da Unidade de Apoio Técnico Orçamental (UTAO). O Bloco de Esquerda denuncia que a nacionalização do BPN já custou aos bolsos dos contribuintes 4 mil milhões de euros, curiosamente, tanto quanto o Governo quer cortar nas funções sociais do Estado.
© LUSA
Economia UTAO
Mais 1.033 milhões de euros. Esta foi a quantia injectada pelo Executivo, no passado mês de Dezembro, na Parvalorem e na Parups, sociedades-veículo que foram criadas para absorver o ‘lixo tóxico’ do já extinto BPN, indica o último relatório da Unidade de Apoio Técnico Orçamental (UTAO).
“O montante cedido é superior aos empréstimos efectuados, em 2012, à Estradas de Portugal (881 milhões de euros), à Refer (800 milhões de euros), à Metro do Porto (309 milhões de euros), ao Metropolitano de Lisboa (649 milhões de euros) e à Parque Escolar (90 milhões de euros) ”, pode ler-se num requerimento do Bloco de Esquerda, endereçado ao ministro das Finanças Vítor Gaspar, solicitando esclarecimentos.
Os deputados deste partido, Ana Drago e Pedro Filipe Soares, realçam ainda que “a nacionalização do BPN já custou aos portugueses 4 mil milhões e nos próximos anos pode chegar a um custo de 7 mil milhões de euros”, cita o Diário de Notícias. O valor que já terá sido investido, refira-se, é justamente aquele que o Governo pretende cortar no que diz respeito à despesa do Estado Social.
Alegadamente, os 1.033 milhões serão empregues na compra adicional de activos, que decorre da reprivatização ao Banco BIC, bem como nas sociedades-veículo já mencionadas, que pagaram empréstimos à Caixa Geral de Depósitos.
No último mês de 2012, o semanário Expresso havia já relatado que a degradação dos activos tóxicos do BPN estariam a agravar-se, ou seja, que continuariam a perder valor, sendo que fontes ligadas às sociedades-veículo diagnosticavam, à data, uma situação “crítica”, afirmando ainda que a maior parte dos créditos seria de difícil ou impossível recuperação.
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