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"Não vale a pena acelerar" aeroporto de Beja sem procura

O presidente da ANA considera que "não vale a pena" acelerar o projeto do aeroporto de Beja enquanto não houver tráfego que o justifique, apesar de representar um custo anual de cerca de 1,5 milhões de EBITDA negativos.

"Não vale a pena acelerar" aeroporto de Beja sem procura
Notícias ao Minuto

07:20 - 25/10/14 por Lusa

Economia ANA Aeroportos

"Também não vale a pena acelerar enquanto não houver uma procura de tráfego" para o aeroporto de Beja que justifique, afirmou em entrevista à Lusa o presidente da concessionária dos aeroportos nacionais.

Até lá, "o tráfego de passageiros vai sempre continuar, mas a crescer de forma a não viabilizar, por si," o projeto, que, adianta o gestor, "custa cerca de 1,5 milhões de EBITDA [resultados antes impostos, juros depreciação e amortizações] negativo".

Ao mesmo tempo a ANA vai tentando resolver alguns problemas estruturais, um deles, prestes a ser solucionado, é o do custo do combustível, através de um protocolo que a empresa vai assinar com a Galp.

"A Galp cobrava um valor por litro [de combustível] substancialmente superior ao de Lisboa. Era difícil levar companhias a querem instalar-se lá com isso. Vamos investir num protocolo com a Galp onde, até se atingir uma determinada dimensão, nós suportaremos o diferencial [...]", explicou Ponce de Leão.

Através deste protocolo com a Galp, a ANA está a criar condições para que "o aeroporto de Beja também fique competitivo nesta matéria", adiantou.

Já sobre o horizonte no qual o aeroporto se poderá tornar rentável, o presidente da ANA não arrisca previsões.

"Temos interrogações suficientemente importantes", adianta o responsável, exemplificando com o impacto que o problema do Ébola pode vir a ter nos fluxos turísticos ou os efeitos da recessão na europa. "Não tenho uma bolinha de cristal", conclui.

"O que sei é que foi um risco assumido, que vamos procurar minimizar através de operações de natureza que chamo industrial, para reduzir rápida e significativamente a contribuição negativa", assegurou.

E acrescentou: "A minha opinião pessoal é a de que não é um investimento deitado à rua, é um investimento estratégico para o país, que foi considerado na avaliação da ANA e que se considera com um enorme potencial a prazo. Esse prazo, há tantos fatores a condicioná-lo, que a obrigação da gestão é, no mais curto espaço possível, torná-lo neutro" para depois passar "a ter uma contribuição positiva.

"Beja começará por ser um aeroporto industrial. Quando eu chamo aeroporto industrial é porque o que está previsto a mais curto prazo é uma operação de desmantelamento de aviões em fim de vida e também o desenvolvimento de um projeto de manutenção. Esses serão os dois primeiros projetos", conclui.

E desdramatizando a situação, o gestor aponta o exemplo dos Açores. "Repare, 2015 é o primeiro ano em que os Açores vão ter uma contribuição ao nível do EBITDA positiva. Também será assim. Porque é que se exige a Beja aquilo que não se exige aos Açores, apenas porque é uma ilha?".

"O que temos de dizer é que tal como a rede aeroportuária dos Açores não pode ser posta em causa, porque é obviamente estratégica para o arquipélago, também (...) o aeroporto do Alentejo poderá ser um instrumento decisivo no futuro. Neste momento, pensamos que o facto de termos integrado a unidade de negócios de Beja na unidade de negócios de Lisboa, poderá ter resultados a curto prazo. Na final da liga dos campeões os aviões já foram desviados para Beja", sublinhou.

Ainda sobre o arquipélago, o presidente da ANA diz que "a liberalização dos aeroportos dos Açores, constitui mais um desafio."

Segundo o responsável a ANA está neste momento a tentar começar a concretizar operações. "Há manifestações de interesse, mas ainda há problemas por resolver", considerou.

Um dos problemas "é toda a operação de handling", referiu.

Nos Açores há apenas um operador, que é a SATA, e "as 'low cost', nomeadamente, queixam-se um bocadinho dos preços praticados" pela operadora, referiu.

Por isso, a ANA pediu "a emissão de uma licença de operação para Ponta Delgada, a fim de viabilizar a presença da Portway em Ponta Delgada, para tornarmos mais competitivo ou mais sedutor o aeroporto (...) para companhias também 'low cost'".

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