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"Doyen? Já percebi que vou herdar essa grande dívida"

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, Pedro Madeira Rodrigues, candidato à presidência do Sporting, admite, ainda, que espera trazer Cristiano Ronaldo para Alvalade, mas não enquanto jogador.

"Doyen? Já percebi que vou herdar essa grande dívida"
Notícias ao Minuto

23/01/17 por Carlos Pereira Fernandes e Sérgio Abrantes

Desporto Pedro M. Rodrigues

Pedro Madeira Rodrigues concedeu uma entrevista* ao Desporto ao Minuto, onde, além de apresentar os pontos fortes da sua candidatura à presidência do Sporting, deu a sua opinião a propósito de 14 pontos fortes, não só da atualidade leonina, como do futebol português e mundial. 

Liga de Clubes

"Precisamos de mais competitividade e de mais espectadores. Vamos trabalhar com a Liga de Clubes para que haja mais espetáculo, com coisas básicas como não haver jogos a horas impróprias para os espectadores. Acredito que, com Pedro Proença, vamos conseguir. É um dirigente da nova geração e vamos trabalhar bem em conjunto".

Arbitragem

"Terá de levar uma grande volta. Temos de dar condições para que os árbitros façam bem o seu trabalho, que é muito complicado, temos noção disso. São os únicos que não têm adeptos e parece que estão todos contra eles. Defendo o sorteio dos árbitros, até para os proteger, assim como a sua profissionalização. Os árbitros têm de ser protegidos e têm de ter condições para fazer bem o seu trabalho. Acho muito bem que existam castigos duríssimos para quem faz ameaças veladas aos árbitros.

Ainda assim, confesso que nós, sportinguistas, estamos muito amargurados. Foram muitos casos contra o Sporting no passado recente. Parece que somos o 'grande' a quem querem mostrar que são independentes. Nós só queremos que não nos prejudiquem, sejam justos. Erros vão sempre haver, são humanos e faz parte".

Novas tecnologias

"Com jeito, com cuidado para não estragar o espetáculo. Destas ideias do Van Basten, a única de que gostei foi a do relógio parar a partir dos 80 minutos. Acabaram-se as fitas. Estamos a ver o jogo e quase que apetece sair do estádio".

Doyen

"É um caso muito triste para o Sporting. É mau em termos financeiros e mau em termos de imagem. Não conheço as pessoas, mas já percebi que vou herdar esta grande dívida".

Relação com os rivais

"Quero que os rivais venham atrás de nós. Queremos estar na frente e temos estas ideias para o bem do futebol nacional, mas o Sporting vai voltar a liderar, com uma forma de estar completamente diferente da atual. Espero que Benfica e FC Porto venham atrás de nós, para bem do futebol português. Isto não é uma guerra, mas não queiram fazer mal ao Sporting, porque, connosco, não vão conseguir".

Luís Filipe Vieira

"Conheço mal, mas é um rival. Queremos ganhar. Fez um bom projeto no Benfica".

Pinto da Costa

"Já está há muito tempo no FC Porto e é um presidente em queda. Tem um passado que fala por si, mas teve uma coisa muito má, que foi contribuir para um clima de guerra no futebol português. Não lhe perdoo ter instalado este clima que ainda hoje perdura. Foi ele que trouxe isto para o futebol".

Ryan Gauld e André Geraldes

"É uma história muito triste. Não conheço os contornos, mas se é verdade que o Sporting pediu para os jogadores não serem utilizados na Taça e o Vitória de Setúbal, à revelia, utilizou-os... no dia 1 de janeiro deviam estar em Alcochete. Não devíamos ter esperado pelo jogo da Taça da Liga para o fazer. Assim, pareceu um ressabiamento. Pareceu a reação daqueles meninos que têm a bola e, quando perdem, dizem: 'a bola é minha, vou-me embora'. É o que parece, mas talvez tenha havido qualquer coisa de grave a caminho do balneário, qualquer coisa de que não tenho conhecimento".

Arouca

"Mais um caso muito triste. A dúvida é se cuspiu, se foi fumo... Todos os dias, como presidente do Sporting, vou ter a noção da dignidade do cargo e nunca vou envergonhar os sportinguistas".

Política de comunicação

"Completamente diferente. O meu foco é o Sporting, os nossos atletas e as nossas equipas técnicas".

Processos a antigos dirigentes

"Já ajudei José Eduardo Bettencourt diretamente. Numa medida eleitoralista, Bruno de Carvalho chegou a acordo com Bettencourt. Foi um processo muito triste. Primeiro, acusar as pessoas publicamente, fazer todo um espetáculo com questões que devem ser discutidas dentro da família sportinguista. Se houvesse indícios claros, devia-se avançar com os processos, até porque não podemos ser complacentes com situações graves que se tenham passado no clube.

Vou reconciliar o Sporting com o seu passado. Houve muita gente que serviu bem o clube no passado e agora parece que são todos maus. Vou ter, na minha equipa, pessoas que estiveram noutras direções [Rogério de Brito e Vítor Ferreira]. Vou aproveitar o melhor que há no Sporting e construir esta equipa que vai reunir o nosso clube".

Direitos televisivos

"Já estão negociados e já estamos a gastar o dinheiro dessa negociação. A marca Sporting é uma marca muito forte. Se fosse presidente na altura, teria acreditado na questão da centralização dos direitos. Era importante para a competitividade do futebol nacional, mas já passou e eu prefiro falar no futuro".

Cristiano Ronaldo

"O Ronaldo é uma referência do Sporting, mas não o quero ver a arrastar-se a jogar por nós... A voltar, era para ser útil à equipa. É muito complicado, é um grande jogador. Vejo-o a ter outros cargos no Sporting no futuro".

Escândalos no futebol mundial

"Temos de saber, em conjunto, proteger o futebol, e o futebol precisa de pessoas como eu. Gente com integridade, que quer servir o desporto no seu todo com cultura desportiva. Muitas vezes, o futebol é apropriado por gente sem escrúpulos, com maus princípios, e são essas pessoas que têm de sair. O desporto deve ser, cada vez mais, uma escola de virtudes".

*Pode ler a primeira parte desta entrevista aqui.

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