Shadow of the Colossus: Há bons motivos para voltar ao passado

Se nunca o fez, é a oportunidade perfeita para experimentar um dos maiores clássicos da PlayStation.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO, Bluepoint Games

História

A história de ‘Shadow of the Colossus’ começa praticamente sem qualquer contexto mas é fácil para o jogador perceber logo de início o que tem de fazer. No papel de Wander, o jogador chega a uma região perdida acompanhado do seu cavalo (Agro) e da sua apaixonada, Mono, já sem vida. É depois de depositar Mono no altar do templo (situado no centro de toda a região) que Wander é contactado por uma entidade de nome Dormin, que lhe diz que deve derrotar 16 colossos de pedra espalhados por aquela terra. Só depois disso será possível restituir vida ao corpo de Mono.

A narrativa pouco evolui ao longo do jogo, tendo apenas poucos desenvolvimentos à medida que os gigantes de pedra vão sucumbindo. Ainda assim nunca parece que há necessidade de mais informação. A história de um ‘herói’ que salva a sua donzela é um clássico e foi esta caraterística que ajudou ‘Shadow of the Colossus’ a perdurar na memória dos jogadores. Mesmo que tenha jogado ao original é mais que certo que não ficará indiferente ao final.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO, Bluepoint Games

Grafismo & Som

Sem dúvida o grande motivo para os veteranos voltarem a jogar a ‘Shadow of the Colossus’. A Bluepoint Games não deixou nada por fazer, melhorando praticamente todos os elementos ao ponto deste jogo poder figurar entre um dos mais bonitos da plataforma. A vegetação por cima dos colossos, a forma como a água se mexe em cascatas, os efeitos de iluminação, as aves que voam por cima dos colossos,… Mesmo a meio do jogo continuará a encontrar paisagens que lhe vão tirar o fôlego. O único ‘defeito’ que será encontrado pelos veteranos está na cara de Wander, que parece ter assumido um sentimento determinação furiosa em vez da melancolia e tristeza do modelo original. Esta versão apresenta bons motivos para ter uma PlayStation 4 Pro, que oferece a possibilidade de jogar ou a 1080p com 60 frames por segundo ou a 4K com 30 frames por segundo.

Não faltam também elogios para o departamento sonoro. Se numa primeira fase ‘Shadow of the Colossus’ parece desprovido de qualquer faixa sonora (uma ausência intencional de modo a dar conta da solidão da zona em que se passa o jogo), os embates contra os Colossos assumem contornos épicos. O ‘medo’ de ter um colosso de pedra como adversário, o ‘triunfo’ que é subir pelas suas costas e espetar a espada nos seus pontos fracos e até a ‘tristeza’ que é ver as criaturas cair… A música leva o jogador num turbilhão de emoções, tal como uma banda sonora devia sempre fazer.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO, Bluepoint Games

Jogabilidade

A jogabilidade de ‘Shadow of the Colossus’ é quase tão simples como a narrativa do jogo. Na prática existem duas fases. A primeira assenta em exploração, onde o jogador deve usar a espada (para apontar caminho com uso de raios solares) e o cavalo Agro para encontrar os gigantes de pedra espalhados pela região. A segunda é o encontro propriamente dito, com cada um a apresentar o seu desafio particular. São 16 os colossos que Wander encontrará o longo do jogo, sendo que cada um deles será progressivamente mais difícil que o anterior e obrigando a táticas diferentes. Usar arco e flecha para chamar a atenção ou atingir determinados pontos fracos, andar a cavalo e até usar o cenário serão táticas necessárias ao longo do jogo, com os próprios colossos a serem como puzzles em movimento. Ao trepar pelos colossos será também necessário que o jogador faça a gestão da energia de Wander (representada por um círculo amarelo no canto inferior direito) e que consiga resistir sempre que os colossos tentam afastá-lo com poderosos safanões.

O jogo é bastante linear e, por isso, tem pouca variedade. Ainda assim, a surpresa de saber qual o colosso que vem a seguir e que desafio é que apresentará será suficiente para que o jogador tenha vontade de prosseguir. Uma das grandes novidades desta versão para PlayStation 4 está no novo esquema de controlo, o que poderá tornar muito mais fácil jogar a ‘Shadow of the Colossus’. Tendo em conta que a ação de ‘saltar’ antes estava associada ao botão triângulo, diríamos que esta é uma mudança bem-vinda.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO, Bluepoint Games

Longevidade

Uma vez que os únicos inimigos disponíveis no jogo são os próprios colossos (16 ao todo) a longevidade estará dependente da capacidade do jogador em ultrapassar estes desafios. Depois disso é possível voltar a enfrentar os colossos em modo ‘time attack’, para ver se consegue matar os colossos no mínimo de tempo possível. Se gostar deste tipo de desafio é certo que terá jogo por mais algumas horas mas não espere mais conteúdo.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO, Bluepoint Games

Pontos fortes

Vale sempre a pena enaltecer a qualidade de ‘Shadow of the Colossus’ enquanto jogo. A simplicidade e a elegância do jogo não envelheceu e continua a apresentar bons motivos para ser testemunhada, sobretudo por que nunca jogou. Por outro lado, os fãs de longa data também não quererão perder o novo grafismo, que faz valer a pena revisitar aquele que é um dos melhores jogos exclusivos do catálogo da PlayStation.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO, Bluepoint Games

Pontos fracos

Ainda que o grafismo ajude a tornar o lançamento de ‘Shadow of the Colossus’ relevante para a PlayStation 4, a verdade é que não há qualquer novidade para fãs de longa data. A estrutura linear do jogo também não o ajudará a ganhar fãs entre os jogadores atuais.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO, Bluepoint Games

Ideal para…

Qualquer fã de videojogos deveria jogar a ‘Shadow of the Colossus’ mas a realidade é que é um jogo que não vai agradar a todos. Os apreciadores de jogos para uma pessoa não devem passar a oportunidade de experimentar enquanto os fãs de experiências online dificilmente encontrarão motivos para progredir para além dos primeiros colossos. Já os fãs do jogo… parabéns, têm motivos para voltar a ‘Shadow of the Colossus’.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO, Bluepoint Games