The Last Guardian: Experiência ímpar que prova que a paciência compensa

O longo ciclo de produção não foi benéfico para ‘The Last Guardian’ mas, felizmente, as qualidades ainda estão bem à vista.

© Notícias ao Minuto / Alexandre Coxo

História

A narrativa de ‘The Last Guardian’ começa com um pequeno rapaz (o jogador) numa gruta de enormes ruínas na companhia de um animal de grandes dimensões que mais se assemelha a um grifo. O facto de apenas os dois estarem nesta gruta só é explicado no decorrer do jogo, com a relação entre os dois a evoluir cada vez mais à medida que a dupla sobre cada vez mais em direção à torre mais alta.

O foco está realmente na relação entre o rapaz e a besta (de nome Trico), com evoluções subtis resultantes da superação de diversos obstáculos. No final, será impossível não ver Trico como mais do que um conjunto de polígonos e diretrizes de inteligência artificial mas sim como um verdadeiro companheiro de viagem.

© Sony Interactive Entertainment / Team ICO

Grafismo & Som

Logo no começo é possível perceber porque The Last Guardian dificilmente poderia sair na PlayStation 3. Cada pena de Trico está exemplarmente animada, com as animações do corpo a serem também impressionantes e incrivelmente reais para um animal que não existe. A inspiração parece ter sido retirada de um qualquer felino, algo denunciado pela agilidade e precisão dos movimentos. As ruínas são também elas impressionantes mas, neste ponto, é impossível não referir a quantidade de quedas de framerate que ocorrem sobretudo em zonas mais abertas. O resultado com certeza do longo ciclo de produção e que poderá estragar a experiência daqueles que gostariam de apreciar o cenário envolvente sem problemas.

O trabalho do departamento sonoro não deverá ser estranho a quem teve contacto com os anteriores trabalhos de Ueda, com um estilo minimalista que não se coíbe de criar impacto e dramatismo quando os momentos assim o exigem. Quando é necessário, a banda sonora arranca e, como seria de esperar, é capaz de deslumbrar.

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Jogabilidade

Em ‘The Last Guardian’ o jogador avança sobretudo resolvendo puzzles no cenário intercaladas com secções de plataformas. O segredo está muitas vezes em subir para as costas de Trico na altura certas, com o imponente grifo a mostrar-se inicialmente algo relutante mas, eventualmente, disponível a acatar ordens do jogador. Mais um sinal do estreitamento de laços entre as duas personagens. Sendo o pequeno rapaz mais frágil, haverá ocasiões em que será necessária uma abordagem mais discreta a determinadas áreas repletas de inimigos sob forma de armaduras animadas que têm o objetivo de o raptar. Apesar de tudo, ‘The Last Guardian’ consegue manter uma diversidade de ambientes e de jogabilidade bastante agradável e por vezes surpreendente.

O longo ciclo de produção de ‘The Last Guardian’ mostra-se também na falta de polidez da câmara de jogo, por vezes bastante inconveniente e que não mostra exatamente o que deveria mostrar. A qualidade da experiência de jogo também fica colocada em causa pela quantidade de bugs presentes no jogo. Diferentes experiências significam também que poderá não encontrar mas, enquanto se estava a jogar para efeito de análise foram encontrados diversos bugs que estragaram por completo a imersão do momento.

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Longevidade

Tendo em conta a descrição do estilo de jogo poderá achar que as cerca de 12 horas que ‘The Last Guardian’ demora a chegar ao fim é demais. A verdade é estará tão entretido e embrenhado pela evolução na relação entre o rapaz e Trico que dificilmente chegará ao fim a pensar nas horas que demorou a terminar o jogo. A diversidade das zonas e dos puzzles é também um ponto positivo e que fará com que os desafios pareçam diferentes mesmo que sejam ligeiras variações. No entanto, à exceção de alguns barris espalhados pelo cenário, dificilmente haverá motivos para voltar a jogar.

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Pontos fortes

A relação entre o rapaz e Trico é o motivo que fará ‘The Last Guardian ficará na memória. O estreitar de laços entre os dois é orgânico e realista, o que contribui de forma positiva para um desfecho que cumpre as expetativas. O sentido de espaço enquanto local verosímil é também um dos pontos fortes de ‘The Last Guardian’, com grutas, grandes átrios, torres e zonas abertas que merecem a pena ser exploradas.

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Pontos fracos

É uma pena que um jogo com tanto para a dar a nível emocional seja impedido de atingir um patamar mais alto graças a erros técnicos. O longo ciclo de produção não foi, de facto, o melhor amigo de ‘The Last Guardian’, sendo que a sua capacidade de conseguir apreciar este jogo será a sua disponibilidade para alguns bugs e falhas de inteligência artificial que deveriam ter merecido mais atenção.

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Ideal para...

Os apreciadores de jogos de ação e de títulos com forte componente multijogador podem não se sentir à vontade com ‘The Last Guardian’. Este é um jogo que exige tempo para apreciar, com a pressa a chegar ao fim a ser a sua principal inimiga para aproveitar ‘The Last Guardian’ em pleno. Ainda que com alguns problemas, não há dúvidas que esta é mais uma obra-prima de Fumito Ueda e sem dúvida um dos melhores exclusivos da PlayStation 4 que deverá ser experimentado por quem tenha a mais leve curiosidade.

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