A realidade virtual e a realidade aumentada são as tecnologias do momento, com a Oculus e a HTC a lançarem os seus dispositivos e com a Microsoft a disponibilizar a developers o HoloLens.
Em entrevista ao Tech ao Minuto, que poderá ler na integra amanhã, João Almeida, Senior Tech Evangelist da Microsoft Portugal, explica as diferenças entre as duas tecnologias, o que são e as utilidades que podem ter.
O que é a realidade virtual ou aumentada?
Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR) são dois termos que definem tecnologias diferentes. A Realidade Virtual corresponde a uma simulação artificial, gerada por computador ou recriação de um ambiente de vida real.
Os utilizadores enfrentam, de forma emergida, a realidade simulada em primeira mão, principalmente por estimular a sua visão e audição. A Realidade Aumentada é uma tecnologia que sobrepõem imagens multidimensionais geradas por computador, sobre a realidade existente.
Todavia, torna-se mais significativo a partir do momento que podemos interagir com estes modelos. Hoje, AR é desenvolvido maioritariamente em aplicações móveis misturando componentes digitais com o mundo real através da câmara.
São duas tecnologias diferentes, que oferecem experiências diferentes. Haverão cenários de utilização mais adequados a cada uma das experiências, pelo que não se podem considerar tecnologias concorrenciais.
Quais são as principais utilidades desta tecnologia?
As principais utilidades destas tecnologias estão ainda para serem descobertas, à medida que se massifiquem no mercado de consumo. Todavia hoje já é possível experimentar alguns cenários de utilização que variam desde visitas a safaris, experiências no espaço, videojogos, cinema ou simplesmente caminhar numa corda bamba.
A maioria dos dispositivos de realidade virtual têm um propósito claro de entretenimento, no entanto, existirá aplicação direta em certas indústrias como é o caso da educação ou medicina. Já no caso de realidade aumentada, as aplicações parecem ser mais abrangentes, ainda que se encontrem numa fase mais embrionária quando comparada com a realidade virtual.
Na realidade aumentada existem já aplicações na exploração espacial, design industrial, ensino, arquitetura, medicina ou videojogos. A potencialidade é tanta que pode transformar radicalmente a forma como lidamos com a tecnologia a longo prazo. A razão prende-se com o facto de ligarmos com hologramas sobre a realidade física.
Um holograma é um objeto como qualquer outro objeto no mundo real, com apenas uma diferença: em vez de ser feito de matéria física, um holograma é feito inteiramente de luz.
Objetos holográficos podem ser visto de diferentes ângulos e distâncias, assim como objetos físicos, mas eles não oferecem qualquer resistência física quando os tocamos ou pressionamos, porque não têm qualquer massa.
Os hologramas podem ser bidimensionais, como um pedaço de papel ou um ecrã de televisão, ou tridimensionais, como outros objetos físicos no mundo real.Podem mover-se, ser moldados e sofrer interações nossas ou com o ambiente físico.
Poderemos utilizar gestos para criar, formar e dimensionar os hologramas. Utilizamos o nosso olhar para navegar e explorar. Utilizamos a nossa voz para comunicar com as aplicações enquanto o HoloLens entende os nossos movimentos e olhar. Uma interação realmente natural.
Com os hologramas, poderemos colocar o nosso conteúdo digital, como aplicações, dados e até mesmo vídeos multidimensionais, no nosso espaço físico próximo, podendo ainda interagir de forma semelhante que fazemos com outros objetos.