Em comunicado, é referido que se trata de uma "iniciativa pioneira que promete transformar a conectividade global" e o objetivo "é integrar tecnologias de comunicação de última geração em nanosatélites, criando um terminal 5G bidirecional capaz de operar de forma quase permanente em órbita baixa (LEO, 'Low Earth Orbits', em inglês)".
O projeto vai testar a "viabilidade de um terminal 5G baseado em 'Software Defined Radio' e 'Software Open-Source', funcionando num Sistema em Chip de Rádio Frequência (RFSoC) da AMD, integrado num CubeSat 3U, que orbitará a cerca de 500 quilómetros de altitude", detalha a Altice Labs.
Este projeto "tira partido da infraestrutura terrestre 5G e dos padrões definidos pelo 3GPP para Redes Não Terrestres (NTN, sigla em inglês)", segundo a empresa.
"A tecnologia que está a ser desenvolvida permitirá, por exemplo, que o satélite mantenha uma ligação quase contínua com a rede terrestre --- o que representa um avanço importante face às soluções atuais, que dependem fortemente de estações em terra e têm janelas de comunicação limitadas", acrescenta.
Segundo a Altice Labs, "esta iniciativa tem como meta desenvolver um terminal 5G User Equipment (UE) e antenas específicas para nanosatélites, permitindo que outros 'players' da indústria espacial utilizem a tecnologia".
Paralelamente, "está a ser criada uma geração de 5G Node B (gNB), especialmente adaptadas para NTN, o que permitirá reduzir o número de estações-base necessárias para cobrir a maioria das órbitas baixas", explica.
A Altice Labs está a trabalhar "em colaboração com investigadores do IST NanosatLab e da Universidade do Luxemburgo/SnT, reunindo experiência nacional e internacional no desenvolvimento de soluções inovadoras para comunicações espaciais".
A primeira fase do projeto, "dedicada à definição dos requisitos e testes de viabilidade, decorreu entre janeiro e outubro de 2024".
Atualmente está a decorrer a fase dois, de tecnologia, "centrada no desenvolvimento de 'hardware', integração de sistemas e testes em solo, estão a ser instaladas estações gNB em três localizações em Portugal, que irão assegurar a ligação com o satélite em órbita".
Esta fase deverá ficar concluída até 2026.
"A 08 de abril deste ano, a Agência Espacial Portuguesa acompanhou uma demonstração bem-sucedida nas instalações da Altice Labs, onde um protótipo funcional do terminal 5G UE, equipado com câmara, transmitiu vídeo em tempo real para um computador terrestre com ligação à Internet", lê-se no comunicado.
A fase 3 e final tem a ver com o lançamento do satélite, que está previsto para 2027.
"Este projeto coloca Portugal na linha da frente do desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor espacial, enquanto reforça a posição da Altice Labs como empresa tecnológica líder em inovação e de referência na Europa".
A integração de redes móveis com satélites abre oportunidades em múltiplos setores - desde a indústria e agricultura até à proteção civil - contribuindo para uma sociedade mais conectada e resiliente, conclui a Altice Labs.
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