"Um mundo onde há mais de 12.000 armas nucleares, se a contagem estiver correta, é muito combustível", afirmou Bigelow, que cresceu durante a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética.
"Isto tornou-se normalizado, não nos choca", salientou. "E a minha questão é se esse é o mundo em que queremos viver".
Com argumento de Noah Oppenheim, 'Prestes a Explodir' é protagonizado por Rebecca Ferguson, Idris Elba, Anthony Ramos, Greta Lee e Gabriel Basso, um elenco que deu a Katryn Bigelow interpretações "transcendentes" e "muito realistas".
No filme, que estreia hoje nos cinemas dos Estados Unidos e chega à Netflix Portugal a 24 de outubro, a Casa Branca é confrontada com um míssil balístico intercontinental de autoria desconhecida que é lançado contra uma cidade norte-americana. Com apenas 18 minutos até ao impacto, é preciso preparar uma resposta e decidir se haverá retaliação.
A audiência é atirada para dentro das salas onde as decisões são tomadas, no tempo real dos 18 minutos, com os acontecimentos a serem mostrados pelo ponto de vista de vários personagens. Mas há mistérios que o filme termina sem resolver.
"Se tivermos um vilão, podemos apontar-lhe o dedo e isso absolve-nos de responsabilidade", afirmou a realizadora.
"A ambiguidade é crítica porque temos de nos responsabilizar por isto. O filme é basicamente uma pergunta", continua.
A cineasta, que foi a primeira mulher a vencer o Óscar de Melhor Realização por 'The Hurt Locker' em 2010, espera que o novo filme funcione como um aviso e leve as pessoas a perceberem que este é um tema de reflexão necessária.
"Queremos viver num mundo que é tão combustível? Essa é a minha pergunta", salientou, referindo que as pessoas devem pensar nesta questão no momento de votar, porque quem se senta na Sala Oval tem autoridade absoluta sobre as armas nucleares dos Estados Unidos.
'Prestes a Explodir' é uma produção Netflix e está a ganhar balanço em direção aos Óscares 2026, constando das primeiras listas de possíveis nomeados pela Academia nas publicações especializadas.
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