A utilização excessiva de telemóveis por parte de crianças e adolescentes tem sido um dos debates mais ‘acesos’ dos últimos anos, o qual até já levou redes sociais como o Instagram o YouTube e o TikTok a criaram contas específicas com restrições para o público mais jovem.
No entanto, uma cidade japonesa na província de Aichi decidiu promulgar as suas próprias medidas para combater o uso excessivo de telemóveis não só de crianças, como também de adultos.
O presidente da câmara da cidade de Toyoake, Masafumi Koki, partilhou um comunicado esta quinta-feira, dia 22, onde partilha uma proposta para limitar a apenas duas horas o uso de telemóveis fora do local de trabalho ou de instituições de ensino. Além disso, a proposta também apela que os estudantes de ensino básico não usem telemóveis depois das 21:00 e que os alunos de ensino secundário também não recorram a dispositivos móveis depois das 22:00.
A proposta de Koki afirma que o objetivo é “prevenir uso excessivo de dispositivos que causam problemas de saúde física e mental, incluindo dificuldades em dormir”. Apesar disso, a proposta não prevê qualquer tipo de punição para os infratores.
Serve recordar que esta não é a primeira vez que, no Japão, os governos locais procuram combater o uso excessivo de telemóveis. Lembra a AFP que, em 2020, a província japonesa de Kagawa emitiu uma proposta para limitar as crianças a jogarem a apenas uma hora por dia durante os dias de semana e a 90 minutos em férias escolares. A mesma proposta sugeria que os utilizadores entre os 12 e os 25 não deviam usar telemóveis após as 21:00 e que, quem tivesse entre 15 e 18 anos, não o fizessem depois das 22:00.
Quanto a esta proposta do presidente da câmara de Toyoake, será alvo de consideração na próxima semana e, caso seja aprovada, entrará em vigor em outubro. A reação do público foi imediata e várias pessoas mostraram-se contra a medida nas redes sociais e afirmaram que as decisões em relação ao uso de telemóveis por crianças deveria caber às famílias.
“Entendo a intenção, mas o limite de duas horas é impossível”, apontou um utilizador na rede social X, notando que a proposta é irrealista. “Em duas horas nem consigo ler um livro ou ver um filme [no telemóvel]”, notou outro utilizador na mesma rede social.
Em reação, Koki emitiu um novo comunicado onde sublinhou que a proposta não é mandatória e que as diretrizes “reconhecem que os telemóveis são úteis e uma parte indispensável da vida quotidiana”.
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