Um estudo que combina observações em órbita e experiências de laboratório identificou um sulfato de ferro em Marte que poderá ser um mineral novo resultante de atividade vulcânica mais recente.
O trabalho, publicado na revista científica Nature Communications, identificou e caracterizou um tipo raro de hidroxisulfato férrico, que fornece pistas sobre como o calor, a água e as reações químicas moldam a superfície marciana.
O estudo, liderado pela cientista planetária Janice Bishop, do Instituto SETI, nos Estados Unidos, incluiu uma região chamada Aram Chaos, localizada a nordeste de Valles Marineris, onde água antiga drenava para as regiões mais baixas do norte, e também o planalto acima de Juventae Chasma, um desfiladeiro com cinco quilómetros de profundidade situado a norte de Valles Marineris.
Segundo a investigação, o calor resultante da atividade vulcânica no planalto e da energia geotérmica abaixo da região Aram Chaos pode transformar os sulfatos hidratados comuns em hidroxisulfato férrico.
Os autores do estudo sugerem que certas zonas de Marte têm estado química e termicamente ativas mais recentemente do que os cientistas pensavam.
O enxofre é comum em Marte e combina-se com outros elementos químicos para formar minerais, especialmente sulfatos, que na superfície seca marciana podem sobreviver durante milhares de milhões de anos e conservar pistas importantes sobre a história inicial do planeta.
Leia Também: Vídeo da NASA mostra futura missão para explorar Marte com 6 helicópteros