A carta, designada como dissidência formal, respeita a um processo oficial da NASA para que os seus trabalhadores possam manifestar o seu desacordo em casos "com a importância necessária" que conduzam a uma reapreciação do problema em causa por parte da situação da agência.
"Vemo-nos obrigado a levantar a voz quando os nossos líderes dão prioridade ao impulso político sobre a segurança humana, o progresso científico e a utilização eficiente dos recursos públicos", lê-se no texto publicado na internet pela plataforma Stand Up for Science (Defende a Ciência).
"Estes cortes são arbitrários e foram promulgados em contravenção da lei de atribuições orçamentais do Congresso. As consequências para a agência e o país são nefastas", acrescentou.
A carta está assinada por 287 pessoas que trabalham ou trabalharam na agência e estão preocupadas com o rumo que a NASA está a tomar sob o governo de Donald Trump.
Este propôs um corte de seis mil milhões de dólares no orçamento anual da NASA para 2026, o que significa uma redução de quase 25%.
Acresce que em março a NASA anunciou o despedimento da sua principal cientista, Katherine Calvin. Em 10 de julho, Trump nomeou o secretário de Transportes, Sean Duffy, para administrador interino da agência.
Os subscritores da carta expressaram a sua discordância com estes e outros pontos, incluindo "o encerramento de missões para as quais o Congresso atribuiu fundos" ou "o cancelamento da participação da NADA em missões internacionais".
A missiva critica ainda a rescisão de contratos e subvenções da NASA por "razões alheias ao rendimento", lamenta a redução do número de funcionários e denuncia uma cultura de silêncio nunca vista.
Esta carta é produzida depois de textos similares de trabalhadores da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em Inglês) e dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), com críticas similares ao governo de Trump.
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