"Este foi o primeiro TVC [Comercial de Televisão] em Moçambique totalmente produzido com inteligência artificial. Tudo, desde os modelos, paisagens, animações e até a música foi gerada por IA", disse hoje à Lusa Shaid Umar, diretor geral da agência Spot.
A elaboração do filme publicitário, sobre uma coleção de biquínis, envolveu pelo menos seis profissionais de criação, IA e edição, avançou Shaid Umar, referindo que o orçamento foi "significativamente reduzido" comparado a uma produção tradicional, sem avançar o montante.
"Optámos por uma produção 100% IA para explorar uma forma inovadora e acessível de criar conteúdo, especialmente com um orçamento limitado", disse o responsável, apontando a representação real de Moçambique, "na cultura e beleza natural", como um dos principais desafios no processo de criação.
Aliando a inteligência artificial, "conhecimento local" e "referências culturais reais" do país, a Spot, com mais de 15 anos de experiência, afirma ter tido uma receção "muito positiva" dos moçambicanos à publicidade, gerando também um debate na indústria publicitária local, além de "conversas sobre o impacto da inteligência artificial".
"Ser pioneiros nesta produção, em que recriámos cenários reais da nossa terra apenas com tecnologia, ao ponto de muitos nem perceberem que tudo foi gerado digitalmente, foi um verdadeiro marco para a Spot", referiu o diretor geral da agência, considerando a publicidade uma "afirmação criativa".
Para o futuro, a agência pretende continuar a explorar a inteligência artificial para a criação de outras campanhas "ousadas e culturalmente relevantes", depois de a primeira publicidade moçambicana 100% IA ter gerado "curiosidade e reflexões sobre o futuro da indústria" do país.
"É possível inovar, emocionar e representar Moçambique com autenticidade, mesmo a partir de um computador", concluiu Shaid Umar.
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