António Paulo Santos falava à Lusa à margem do III Colóquio Internacional sobre Pirataria de Conteúdos Audiovisuais - Inteligência Artificial e Pirataria Digital, organizado pela Polícia Judiciária e FEVIP, que está a decorrer na sede da PJ, em Lisboa.
"A inteligência artificial pode agravar a situação, mas também pode ajudar a minimizar os efeitos da pirataria", considerou o organizador do colóquio, quando questionado sobre se o desafio da IA.
Portanto, "é uma ferramenta que tem que ser bem percebida e tirar o que tem de proveitoso para este combate" à pirataria, prosseguiu o responsável.
Contudo, a inteligência artificial "é mais uma ferramenta, é mais uma tecnologia que nos vai obrigar a um grande esforço", apontou António Paulo Santos, referindo ser um desafio "muito grande".
Agora, "não tenho nada contra a inteligência artificial, pelo contrário", referiu.
"Mas temos de ter cuidado, porque nós podemos estar a criar - eu costumo dizer isto até por brincadeira - estamos a dar poder a uma máquina como se estivéssemos a ensinar uma raposa a tomar conta do galinheiro", considerou.
"E nós, espécie humana, temos de ter cuidado com isso, temos de pensar isto muito bem" e saber "porque é que queremos, para onde vamos", considerou.
"É algo que devemos refletir", reforçou António Paulo Santos.
O colóquio é organizado pela PJ e FEVIP - Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais, com o apoio da GEDIPE - Associação para a Gestão Coletiva de Direitos de Autores e de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais, com colaboração da Mapinet.
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