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Finlândia lidera digitalização na Europa e quer ser "100% digital"

Quase 94% dos finlandeses adultos utilizaram no ano passado pelo menos um serviço público 'online', segundo as autoridades da Finlândia, o país que lidera a digitalização na Europa, uma forma de poupar tempo, dinheiro e o ambiente.

Finlândia lidera digitalização na Europa e quer ser "100% digital"
Notícias ao Minuto

09:20 - 29/09/23 por Lusa

Tech Inovação

"Queremos incentivar os cidadãos a usar o digital em primeiro lugar, depois o telefone e, finalmente, o local. Queremos evitar que as pessoas se desloquem fisicamente", explica Jani Ruuskanen, especialista da Agência de Serviços Digitais e de Informação sobre a População.

Num país com uma população de 5,6 milhões de pessoas, todos os registos são feitos em tempo real, pelo que não há necessidade de fazer recenseamentos.

Apenas cerca de 300 mil cidadãos não recorrem aos serviços digitais, mas as autoridades criaram 'mandatos digitais', que permitem que uma pessoa trate 'online' dos assuntos de outra pessoa -- por exemplo, filhos podem resolver questões relativas aos pais, mais idosos e com mais dificuldades para utilizar a Internet.

"Queremos ser 100% digitais", refere o responsável.

O programa do Governo estipula que os serviços digitais devem ser o canal primário para aceder aos serviços das autoridades públicas.

Entregar a declaração do IRS, interagir com a polícia, pedir subsídios da Segurança Social ou requisitar receitas para medicamentos são algumas das soluções digitais oferecidas pelos organismos públicos.

A Finlândia, que lidera a tabela DESI (Digital Economy and Society Index), da União Europeia (UE), vê a digitalização "essencialmente como uma ferramenta para poupar tempo e esforço" e com "outros benefícios, como uma pegada ecológica reduzida", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Os finlandeses têm um elevado grau de literacia digital, que começa nas escolas: desde o ensino primário, as crianças podem utilizar os telemóveis nas aulas e partilham computadores, e, mais tarde, cada estudante recebe o seu próprio computador.

"Ao mesmo tempo, as empresas também beneficiam das soluções de fácil utilização que os privados usam, poupando aos seus funcionários tempo e dinheiro", indica o ministério.

Nos impostos, quase 89% dos contribuintes entregaram no ano passado as declarações por via eletrónica, enquanto nas empresas a percentagem subiu para 92%.

"Ainda estamos a trabalhar. Queremos que todos entreguem 'online'", afirma Veijo Romppainen, diretor de impostos corporativos da Autoridade Tributária.

Na Segurança Social ('Kela'), 79,2% dos pedidos de subsídios foram submetidos 'online', em 2022, enquanto apenas 600 mil cidadãos se deslocaram fisicamente aos centros da instituição.

Nos organismos públicos, a Inteligência Artificial (IA) ainda está a ser testada, mas já há algumas aplicações: na 'Kela', recorrem à IA para poupar trabalho aos funcionários, nomeadamente endireitar ou dar novos nomes a anexos enviados por correio eletrónico.

"Temos mais sete soluções em estudo e dez investigadores a trabalhar nisto", diz Reelta Tilvis, responsável do Desenvolvimento do instituto.

A 'Kela' já utiliza robôs: há 68 "companheiros de trabalho digitais", que no ano passado desempenharam mais de 1,6 milhões de tarefas. Na biblioteca nacional, também são pequenos robôs que repõem nas prateleiras os livros devolvidos.

No município de Helsínquia, a IA foi aplicada para avaliar as centenas de alertas falsos gerados no metro, por exemplo, por portas, luzes ou travões, identificando quais são as falhas verdadeiras, o que permitiu reduzir em 90% a necessidade de manutenção.

Na Yel, televisão pública, financiada através de um imposto específico, a IA também é um recurso para permitir ouvir um texto escrito ou para fazer a voz da meteorologia.

"Estamos a estudar que tipo de ferramenta de IA é necessária para ajudar os jornalistas a fazerem o seu trabalho, mas sem substituir os jornalistas", avança Jahri Lahti, responsável de exploração e investigação da Yel.

Responsáveis finlandeses justificam a elevada adesão dos cidadãos com o facto de estes serem bons conhecedores das tecnologias e, por outro lado, por a sociedade se basear na "confiança e transparência", valores "centrais na Finlândia".

Leia Também: Internet e competências digitais são prioridades para a Finlândia

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