A rede social Yubo prometeu, na terça-feira, que vai atualizar os seus padrões de segurança e as condições de utilização, depois das autoridades norte-americanas terem concluído que o atirador de Uvalde, no Texas, utilizou a aplicação para promover o atentado que acabou por cometer.
Segundo as investigações, Salvador Ramos - o jovem de 18 anos que matou 19 crianças e dois professores num ataque a uma escola primária, no mês passado - fez publicações e enviou mensagens em várias redes sociais, gabando-se das armas compradas e antecipando um ataque.
As autoridades acabaram por não prestar atenção à atividade digital do atirador, e o próprio estranhou o facto de não ter sido abordado por nenhum agente nos dias antes do tiroteio.
Em comunicado citado pela ABC News, a CEO da Yubo, Sacha Lazimi, afirmou que os "eventos devastadores do dia 24 de maio em Uvalde, Texas, mostraram os problemas sistémicos na sociedade que precisam de ser abordados", e garantiu que a sua empresa "tem trabalhado para acelerar os desenvolvimentos de segurança da nossa rede e expandir ainda mais o espetro das condições de segurança em toda a plataforma".
A rede social (que funciona de forma semelhante ao Tinder, com 'swipes' para esquerda e para a direita, destinando-se a adolescentes procurarem amizades - algo que por si só causou alguma polémica, por permitir um acesso facilitado a adultos e potenciais predadores) acrescentou que a plataforma desenvolveu um novo algoritmo de deteção de risco, que pretende detetar riscos à plataforma através de uma "combinação de sinais, incluindo palavras-chave, emojis e imagens".
Quanto ao ataque, a Yubo garantiu estar "a cooperar completamente com as autoridades na sua investigação". O tiroteio também forçou a empresa a detetar mais rapidamente comportamentos considerados perigosos e a monitorizar mais atentamente o áudio em transmissões em direto.
O tiroteio em Uvalde, no Texas, tornou-se no mais recente evento trágico a relançar o debate em torno da compra e posse de armas semiautomáticas nos Estados Unidos. O jovem atirador, Salvador Ramos, fez 18 anos menos de dez dias antes do ataque e comprou duas armas semiautomáticas AR-15 no mesmo dia em que atingiu a maioridade.
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