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StayAway Covid. Associação D3 deixa alertas sobre a aplicação

Associação afirma que a comunicação sobre a app tem sido “penosa”.

StayAway Covid. Associação D3 deixa alertas sobre a aplicação

Foi hoje apresentada oficialmente a StayAway Covid, uma app criada para ajudar a reduzir o número de novas infeções de Covid-19. A aplicação já está disponível para Android desde o final da semana passada e a instalação é voluntária, com o Governo a garantir a privacidade dos utilizadores e respetivos dados. Apesar disso, a Associação D3 - Defesa dos Direitos Digitais não está satisfeita com a forma como a app tem sido promovida pelo Governo.

Em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o vice-presidente da D3, Ricardo Lafuente, aponta dúvidas em relação à eficácia da StayAway Covid e manifesta até preocupações com o futuro papel das gigantes tecnológicas na saúde pública do país.

“Constatamos que o discurso se tornou bem menos eufórico ao longo dos múltiplos atrasos e adiamentos [da app], e que os relatos vindos lá de fora não abonam em favor da eficácia deste tipo de aplicações. Ao mesmo tempo, permanecem lacunas e indefinições no que toca à forma como funciona e aos riscos que comporta. Finalmente, o apoio entusiasmado do Governo à Stayaway abre um grave precedente ao dar às grandes tecnológicas um papel central na definição dos protocolos de saúde pública”, afirma Lafuente.

A Associação D3 aproveita o comunicado para notar que os sinais resultantes de experiências com este tipo de apps em outros países europeus “são reveladores de um potencial fracasso”. Olhando-se para França, 2,3 milhões de pessoas terão instalado uma app deste tipo, as quais emitiram apenas 72 notificações de contacto. Na Alemanha também não se conseguiu obter uma elevada taxa de adoção, com apenas 25% da população a ter instalado a respetiva app de rastreamento. “A ausência de relatos de sucesso ou sequer eficácia vindos de fora deveria aconselhar maior ponderação na altura de repetir a experiência por cá”, reitera a associação.

A D3 assume ainda mais preocupações relacionadas com a StayAway Covid, nomeadamente relativamente ao código fonte usado no desenvolvimento da aplicação. Enquanto uma parte (a da Apple e da Google) continua oculta, a associação acredita que continua por partilhar o código desenvolvido pelo Inesc Tec.

Sobre a dependência das gigantes tecnológicas já referidas, a Associação D3 faz suas as palavras do presidente do Inesc Tec, Rui Oliveira, proferidas à Lusa quando referiu que esta se tornou uma “fragilidade que não vai ser ultrapassada”. “Ao estarmos a usar estas funcionalidades da Apple e da Google perdemos o controlo sobre elas, mais ainda, apesar da aplicação e todo o sistema ser código aberto, esta parte não é e, portanto, perdemos esse controlo”, disse.

Os avisos sobre a StayAway Covid da D3 foram repetidos na respetiva página de Twitter, onde a associação classifica como “penosa” a comunicação sobre a aplicação. “Já nem é uma questão de sabermos que a app é completamente irrelevante e não ajudará aos esforços contra a Covid, neste momento a questão é já a de a app arriscar-se a ter um efeito negativo”, pode ler-se no ‘tweet’ abaixo.

A associação recomenda assim que os portugueses “continuem a seguir todas as normas de higienização e distância física” e acusa os comunicadores que recomendam a app de não perceberem “patavina do assunto”.

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