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Demissão no PSD "peca por tardia". Rio "com azar" ou é falta de "jeito"?

Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, acredita que "Rui Rio está com azar", mas que ainda assim, "não tem mesmo jeito para escolher colaboradores".

Demissão no PSD "peca por tardia". Rio "com azar" ou é falta de "jeito"?
Notícias ao Minuto

12:10 - 19/03/18 por Filipa Matias Pereira

Política Joaquim Jorge

Este domingo, Feliciano Barreiras Duarte pediu a demissão do cargo de secretário-geral do PSD, depois de se ver envolvido numa polémica quanto a informações, alegadamente falsas, que foram incluídas no seu currículo e no seu mestrado – que, aliás, já está a ser alvo de investigação por parte da Procuradoria Geral da República. Um pedido de demissão que foi aceite, de imediato, por Rui Rio, líder partidário.

Durante a última semana, este tema fez correr muita tinta na imprensa nacional, sendo que várias vozes advogavam a saída o secretário-geral do cargo que assumiu no partido há pouco mais de um mês. Uma dessas vozes foi precisamente a de Joaquim Jorge que, num texto enviado à redação do Notícias ao Minuto, defendia que o social-democrata deveria “ter-se demitido pelas dúvidas em torno do seu currículo”. Num novo texto, o fundador do Clube dos Pensadores sublinha que a demissão de Barreiras Duarte “peca por tardia”.

Para o biólogo, “alguém que é impreciso com o seu currículo não pode, nem deve, exercer funções de secretário-geral do PSD, pois pode, no futuro, voltar a proceder da mesma forma e abrir novo precedente”. E, acrescenta, “foi o que aconteceu” quando “foi impreciso na morada onde vive”. De facto, o ex-secretário-geral terá dado como morada fiscal uma casa no Bombarral, quando tinha a sua residência de família em Lisboa, “beneficiando de subsídios por esse facto”, alega Joaquim Jorge.

A sua posição tornou-se “insustentável”, considera. Por isso, “não lhe restava outra saída pois estava em causa a imagem do PSD”. Para Joaquim Jorge, Feliciano Barreiras Duarte “estava a prejudicar a nova liderança e Rui Rio”, embora “fique a ideia de que se demitiu porque foi pressionado para o fazer”.

O biólogo recorda ainda que, em Portugal, “não há tradição de alguém se demitir quando ecoa uma bronca”. Passa-se a “imagem de se estar agarrado ao lugar, mas os lugares são efémeros e devem existir para servir. O ‘eticismo’ de que Rui Rio tanto fala ficou manchado”.

Tudo começou, recorda, “com Salvador Malheiro, diretor da campanha de Rui Rio”, que foi alvo de “inquérito enquanto presidente da Câmara Municipal de Ovar”. Em causa estarão as “adjudicações de relvados sintéticos”. Depois, segue-se “Elina Fraga, ex-bastonária da Ordem dos Advogados, investigada pela sua gestão à frente da Ordem”.

Perante estas circunstâncias, entende Joaquim Jorge que “Rui Rio está com azar, mas também não tem mesmo jeito para escolher colaboradores. Rui Rio já deveria ter demitido as três personagens. Parece que está refém das suas escolhas”.

Joaquim Jorge vaticina ainda que “o novo nome indicado por Rui Rio - Adão e Silva - pode não ser aprovado no Conselho Nacional em que está em minoria”. Rui Rio “perdeu uma oportunidade para afirmar a sua liderança e os seus princípios. A sua autoridade está posta em causa”, defende o biólogo, acrescentando que “a ideia que se tem da política é de que não se safa ninguém. Parece que estamos na Idade Média, em que os políticos parecem senhores feudais”.

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