Para o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Passos Coelho “não foi um líder qualquer”, pois foi presidente do PSD durante oito anos, o “segundo líder com mais longevidade a seguir a Cavaco Silva”, e foi também o primeiro-ministro social-democrata a conseguir completar uma legislatura enquanto primeiro-ministro por completo, também a seguir a Aníbal Cavaco Silva.
No entanto, estes são os único pontos positivos que Fernando Medina consegue encontrar na liderança de Passos Coelho a poucos dias do congresso do PSD que ditará o seu adeus enquanto líder social-democrata.
Na opinião do autarca socialista, o ex-primeiro-ministro “deixa um mau legado no país do ponto de vista da governação” pois em “momentos chave” e, pese embora as “circunstâncias difíceis” em que governou, Passos “tomou decisões erradas”, conduzindo o país “numa leitura de poder aproveitar para fazer um programa de natureza agressiva do ponto de vista liberal, mais do que a prudência aconselharia”.
“Passos sempre acreditou que a crise era fundamentalmente responsabilidade do país e não inserida numa grande crise económica da Europa”, aponta.
Fernando Medina acusa ainda o ex-primeiro-ministro de ter levado o “país por um caminho de dor social e económica que era dispensável”.
“Não trouxe nada de bom ao país que saiu muito mais destruído [do programa da troika] do que poderia ter saído com uma gestão mais prudente de governação”, acusa.
Ainda assim, o autarca considera que "Passos vai estar sempre presente na vida política do PSD e do país nos próximos anos" com uma "enorme capacidade de condicionamento".