"Sem afrontar, Marcelo não deixa de dizer as coisas"
Depois da acalmia, Presidente da República “aproveitou para colocar os pontos nos is e deixar uns avisos”, observa Joaquim Jorge.
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Política Joaquim Jorge
Joaquim Jorge comentou, num artigo de opinião escrito para o Notícias ao Minuto, a entrevista concedida no passado fim de semana pelo Presidente da República ao Diário de Notícias.
E é com rasgados elogios que o fundador do Clube dos Pensadores se refere a Marcelo Rebelo de Sousa, “um Presidente culto, inteligente, popular e subtil”, um “democrata” que “tem sido a almofada dos portugueses” e cujo “afeto, generosidade e disponibilidade têm sido inexcedíveis”.
“Marcelo tem este estilo: sem afrontar, mas não deixa de dizer o que pensa. As coisas acalmaram e aproveitou para colocar os pontos nos is e deixar uns avisos”, mostrando que “apesar de apoiar tacitamente este Governo, deve alertar que ter opiniões diferentes do Governo não é ser ilegítimo ou anti-democrático ou anti-patriota”, considera Joaquim Jorge.
Segundo o biólogo, “este jogo político em que se introduz no debate a distinção entre os discursos legítimos e ilegítimos, entre o que se pode aceitar publicamente ou não se pode aceitar, é velho e perigoso”.
Por isso, salienta, “Marcelo deve fazer ver ao Governo que o público é o lugar onde se deve dizer o que se pensa, um espaço livre sem estar cercado e limitado”. Porque “é um absurdo e um perverso paradoxo vivermos numa democracia e não aceitarmos opiniões divergentes”.
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