Dijsselbloem: Mulheres, álcool e o perdão que não pediu (e não vai ter)

Em entrevista a um jornal alemão, o Presidente do Eurogrupo acusou os países da Europa de gastarem dinheiro nos sítios errados. Uma onda de indignação varre as redes sociais e não só.

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Inês Esparteiro Araújo
22/03/2017 08:45 ‧ 22/03/2017 por Inês Esparteiro Araújo

Política

Críticas

O Presidente do Eurogrupo deixou Portugal e a Europa em alvoroço depois das (infelizes) declarações sobre os países do Sul, acusando-os de gastarem “dinheiro com álcool e mulheres”. Apesar de ter reiterado, no Parlamento Europeu, que não se referia a nenhum país em particular, pelo menos Portugal não lhe perdoa as acusações.

Além dos vários partidos se terem manifestado de imediato – exemplo disso é o voto de repúdio apresentado pelo Bloco de Esquerda e PS, sendo que este último vincou que ninguém deve apoiar o ministro das Finanças holandês a uma recandidatura à presidência do Eurogrupo -, também o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, foi pronto a pedir o afastamento do presidente, garantindo que este “senhor não tem nenhumas condições para permanecer à frente do Eurogrupo”.

“Hoje [ontem], no Parlamento Europeu, muita gente entendeu que Dijsselbloem não tem condições para permanecer à frente do Eurogrupo e o governo português partilha dessa opinião”, deixou bem frisado.

Entre as várias críticas, António Vitorino e Santana Lopes aproveitaram o seu espaço de antena na televisão nacional para dizer algumas palavras sobre o assunto. Se por um lado Vitorino se interroga sobre “o que Dijsselbloem terá bebido” para ter dito o que disse, Santana também não teve papas na língua e afirmou “que a consequência para gente civilizada é ir-se embora”.

Pelas redes sociais, alguns políticos portugueses, da Esquerda à Direita, também se mostraram indignados. João Galamba, do PS, falou em “palavras xenófobas” e que não “podem ser toleradas por nenhuma força política europeia”, Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, realçou “a imbecilidade que sustenta toda a narrativa da austeridade” e Diogo Feio, do CDS, rematou: “Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré”.

Mesmo depois de ser atacado por diferentes frentes, inclusive de eurodeputados que exigiram que Jeroen Dijsselbloem pedisse desculpas pelas suas graves acusações, o holandês manteve não só a sua convicção, mas também a mesma posição.

“Não, eu sei o que disse porque saiu da minha própria boca. Deixei muito claro que a solidariedade caminha de mãos dadas com a responsabilidade e compromissos”, reafirmou.

Por entre palavras duras, houve ainda espaço para alguns comentários mais cómicos. “Onde é que estão as gajas?”, perguntou um utilizador no Twitter. Houve ainda quem acusasse Dijsselbloem de “inveja”: “No fundo, o que ele queria mesmo era vir engatar miúdas e beber uns copos com Portugal”.

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