"Vou apresentar hoje, na reunião ordinária da Câmara de Viana do Castelo, o pedido de suspensão do mandato. Será a última reunião em que participarei", afirmou hoje em conferência de imprensa realizada na sede do partido na capital do Alto Minho, pouco antes da sessão do executivo municipal vianense.
A substituir Ilda Figueiredo ficará Cláudia Marinho. "Já me substituía quando estava ausente e que já conhece os cantos à casa", explicou, garantindo que "a CDU continuará com a exercer o seu mandato na Câmara de Viana do Castelo com o mesmo empenho".
A comunista fez um "balanço" dos mais de três anos de governação da maioria socialista naquela autarquia, afirmando que "foram mais de três anos a marcar passo em termos de obras no concelho".
"Poucas obras avançaram durante este três anos, marcados por sucessivos adiamentos de intervenções, reparações e obras de raiz", disse.
Ilda Figueiredo adiantou que "só na parte final do mandato, em 2016, foi realizado um empréstimo bancário de três milhões de euros que permitiu lançar obras que deveriam ter começado um ano antes".
Apontou ainda projetos propostas pela CDU que foram "tidos em conta" pelo executivo socialista como os núcleos do Museu do Mar, a defesa da arte do estuque e do espólio dos antigos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).
Criticou a "pouca atenção" que a maioria PS dá às propostas da oposição acusando o executivo liderado por José Maria Costa de "desvalorização do direito democrático de todos os vereadores eleitos, impedindo o acesso á informação que solicitam e à participação nas atividades que a autarquia vai promovendo".
"Revela algumas características do funcionamento, por vezes pouco plural da maioria socialista que pratica o cumprimento formal do estatuto da oposição mas que, na prática, a ignora em absoluto", disse.
Como exemplo, "por ser o último", apontou a I Gala do Desporto de Viana do Castelo, sexta-feira passada e para a qual "não foi convidada", considerando ter-se tratado de "um desrespeito para com os vereadores das outras forças políticas e uma desvalorização dos atletas de Viana do Castelo que mereciam ser tratados com outra dignidade".
"Em Viana do Castelo há um grupo de atletas de grande prestígio, que tem ganho importantes provas e que se tem classificado com resultados dos melhores do país. Eles mereciam um tratamento diferente da Câmara Municipal. As medalhas que receberam deveriam ter sido medalhas da Câmara Municipal, aprovadas numa reunião do executivo municipal, constando da respetiva ata, sendo publicadas e ficando nos anais da vida da Câmara Municipal", reforçou.
Ilda Figueiredo reclamou "maior respeito pelas instituições" que, defendeu, "não podem ser tratadas com menosprezo".