Luís Fazenda assina um texto no site Esquerda.net onde critica de forma veemente a atuação das instituições europeias destinadas a ajudar países da União Europeia em crises financeiras. O bloquista começa por dizer que “a intervenção da troika foi a última etapa para impor um programa de privatizações, impostos brutais, desemprego, cortes e perda de direitos”.
No caso português, acrescenta, “o PIB andou para trás cerca de 20 anos, tal a queda do investimento”. Mas o investimento não foi o único índice em queda, “a dívida pública escalou até mais de 130% do produto, apesar e por causa da intervenção da troika”.
Estes fatores, explica, têm a ver com o facto das instituições europeias ignorarem “o crescimento assimétrico” das Nações, o que leva a que seja aplicada a mesma fórmula para realidades diferentes. “Como o país [Portugal] foi resgatado com um grande empréstimo da troika, supostamente para garantir pagamentos externos,esse foi o pretexto para impor as "políticas de memorando"”.
Neste sentido, o deputado volta a defender aquilo que o seu partido já tinha sugerido para o Banco Central Europeu (BCE), um novo papel. “Emprestar dinheiro aos estados diretamente, garantia dos estados, financiador do crescimento”. Tudo isto leva Luís Fazenda a criticar por fim o Pacto de Estabilidade.
“[O Tratato Orçamental] abriu o caminho para que apenas um único modelo económico fosse autorizado pela liderança conservadora da União Europeia. Desigualdade entre países, desigualdade dentro dos países. Esse foi o significado das políticas ultraconservadoras. Que ninguém se engane: o Tratado Orçamental, o nosso maior problema imediato, é o herdeiro direto do Pacto de Estabilidade. O Tratado Orçamental leva à desintegração da própria União Europeia e o euro a um beco sem saída. O Tratado Orçamental impede as economias mais fracas, e algumas já não tão fracas, de recuperar o investimento, de garantir a despesa pública em geral”, conclui.